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Tropas de Elite e Operações Especiais

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Mensagem por Bonfim Qui Out 09, 2014 1:01 pm

Parte 1:

OPERAÇÕES ESPECIAIS

As Operações Especiais compreende vários tipos de unidades e atividades. As Forças de Operações Especiais (FOpEsp) são um tema muito procurado pelos entusiastas de assuntos militares. O termo é bem específico e tem significado bem diferente de Forças Especiais ou Tropas de Elite.

As tropas de elite são divididas em duas categorias gerais como as FOpEsp como o SAS, Boinas Verdes, Rangers e Seals e tropas mais convencionais como pára-quedistas, forças anfíbias e tropas especializadas em guerra de montanha, guerra na selva e tropas aeromóveis. Todas costumam fazer parte de Forças de Reação Rápida. As forças anti-terrorismo e policiais podem ou não ser incluídas assim como as forças de apoio de combate como aviação, guerra psicológica e ações cívico sociais.

As FOpEsp podem ser desbandadas em tempo de paz, mas acabam voltando a ser reconstituídas durante um conflito, principalmente em conflitos não convencionais, onde não há linha de frente bem definida como a guerra contra o terrorismo. As forças convencionais não gostam de unidades com tendência a dar um show a parte e por isto estas unidades tentam manter um perfil "baixo", não aparecendo muito para não criar conflitos.

As FOpEsp têm capacidade de atuar em conflitos de baixa, média e alta intensidade. As FOpEsp não precisam de grandes unidades e a capacidade de adaptação é uma de suas qualidades. Com o fim da Guerra Fria as operações de baixa e média intensidade passaram a ser o foco principal e sempre foram conflitos numerosos. Praticamente só treinavam para um conflito que nunca existiu durante a Guerra Fria. Agora até o Exército Brasileiro formou uma Brigada de Forças Especiais baseada em Goiânia (GO).

Praticamente todo os países tem a suas FOpEsp, sendo centenas de unidades que poderiam ser citadas. Este artigo foca nas unidades mais famosas como as americanas e inglesas por terem maior experiência de combate ou mais facilidade para achar dados na bibliografia, mas outras unidades também têm desempenho semelhante ou até melhor que as citadas. Nas operações recentes no Afeganistão a Força Tarefa K-BAR cobria o sul do país. Era formada por FOpEsp de vários países como os Kommando SpezialKraeft alemães, os Commandos dinamarqueses, os Jaeger Kommando da Noruega, o Joint Task Force 2 (JTF 2) do Canadá e o GROM (Grupa Reagowania Operacyjino Mobilnego) da Polônia, além dos Navy Seals, Special Forces, CTT e US Special Operations Marines. A força tinha um total de 2.000 tropas e realizou 75 operações de combate tipo reconhecimento, designação de alvos e ação direta contra o Talibã e Al Qaeda. Mataram 115 terroristas e capturaram 107 além de destruíram 225 toneladas de armas. Também chamaram 147 ataques aéreos. As tropas que se destacaram nestas operações foram exatamente as polonesas e canadenses e que são pouco conhecidas. O treinamento para operar em regiões árticas foi o que mais ajudou os membros do JTF 2.


Tropas Convencionais versus FOpEsp

Para se ter uma idéia da diferença entre as tropas convencionais e as FOpEsp vamos descrever em termos gerais as táticas e equipamentos soviéticos durante a Guerra Fria. As táticas e equipamentos soviéticos foram projetados para operar no contexto de uma operação estratégica de concentração de força. Esperavam uma guerra total com a coreografia de força e poder de fogo. Assim as táticas eram bem simples e seriam implementadas por recrutas e reservista. O espaçamento dos veículos e a capacidade de desmontar de um blindado, formar uma linha e fazer fogo supressivo eram as principais táticas de uma unidade motorizada. A iniciativa tática não era encorajada pois atrapalharia a coreografia geral.

As tropas usam coletes blindados que pesava 16kg e levavam muita munição pois russo prioriza massa e não a precisão. Mais munição e mochilas ficavam nos BMP que estava sempre próximo. Os russos não têm unidades de infantaria leve e não agüentam um avanço a pé de mais de 1km.

Armas como o fuzil AK-47 não precisava ser preciso. As tropas nem eram treinadas para ter boa pontaria. Na doutrina russa todas as tropas fazem supressão e se for possível, bater alvos. Tem muita munição no BMP para isso. A arma só precisa ser confiável e fácil de manter e operar. No ocidente apenas a metralhadora faz supressão. As outras tropas avançam e usam suas armas para matar.

No Afeganistão, os guerrilheiros não se acomodavam a estas táticas. Não faziam trincheiras e nem esperavam a artilharia atacar. Forças Spetsnaz, aeromóveis e pára-quedistas eram mais inovadores. Os comboios tinha um caminhão de comando na frente com antenas a mais. Eram sempre atacados primeiro e nunca tentavam esconder colocando outra antenas nos outros caminhões ou mudando de local. O comboio perdia o controle rápido em uma emboscada quando destruíam o caminhão de comando e não podiam chamar reforços.


Tipos de FOpEsp

Existem vários tipos de FOpEsp e tendem a ser especializadas. As FOpEsp não podem fazer a missão da outra. As missões básicas as FOpEsp são ação direta, contraterrorismo, guerra irregular, operações psicológicas, operações de inteligência e reconhecimento especial. Estas missões devem ser realizadas em qualquer terreno, operando como força irregular ou contra forças irregulares, dentro ou fora da fronteira do país.

Os Comandos ou Rangers são forças convencionais de infantaria leve que realizam as missões iniciais ou as mais difíceis como tomada de objetivos e resgate de armas e pessoal atrás das linhas inimigas. Estas tropas são treinadas em táticas de infantaria, sabotagem, técnicas de incursão e técnicas de resistência. Podem atuar em pequenos grupos realizando incursões/raids rápidos de surpresa. O termo americano geral é Direct Action (DA), traduzido como Ação Direta, ou o lado "negro" das FOpEsp. A Força Delta, Rangers e o Seals Team Six (não existem mais) são bons exemplos de tropas especializadas em ação direta ou o uso da própria força para atingir um objetivo. As operações de ação direta são realizadas contra alvos estratégicos que não podem ser atacados por outros meios. Este ataque também pode ser psicológico ou econômico, além do físico.

Os comandos, terrestres ou anfíbios, têm a função de levar a guerra ao inimigo e não tem postura defensiva. As ações na retaguarda levam ao deslocamento de tropas para proteção de alvos estratégicos, e de certa forma, aliviando as tropas na linha de frente. Por exemplo, incursões dos Comandos britânicos em 1941 a um viaduto na Itália levou a mobilizar tropas para defender vários pontos estratégicos pelo país. Outras incursões britânicas na costa da França forçou os alemães a deslocar divisões para este local, mas que acabou tendo como efeito colateral uma reação maior na Normandia. Os Royal Marines britânicos, também uma força tipo comandos/rangers, fizeram incursões na costa da Coréia do Norte a partir de dois contratorpedeiros americanos. Atacaram estradas de ferro, túneis e pontes levando a distribuição de tropas pelo país e aliviando a linha de frente.

O lado "verde" ou "branco" são as operações de inteligência, vigilância, reconhecimento especial, ações psicológicas e apoio a guerra não convencional. As unidades mais conhecidas do tipo são as patrulhas de longo alcance (Long Range Patrol - LRP) que fazem penetração passiva para reconhecimento estratégico atrás das linhas, e também podem ser chamados Rangers, as Forças Especiais americanas (Boina Verdes) e alguns esquadrões dos Seals que fazem guerra não convencional apoiando a Esquadra.

As Forças Especiais (Special Forces) são unidades especializados em guerra não convencional, como guerrilha e anti-guerrilha. Podem treinar tropas de países amigos ou fazer guerrilha em território inimigo. As Forças Especiais (FE) são treinadas para fazer guerra psicológica, dominando "corações e mentes".
No Vietnã o treinamento de saúde e engenharia das FE americanas (Boinas Verdes) ajudava a população local que em troca lutava ao seu lado contra o Vietcong. O Vietcong aproveitava da participação passiva da população local que podia providenciar abrigo, comida e informações. Como dizem as FE, “o fazendeiro de hoje é o guerrilheiro de amanhã”. A função das FE eram evitar que tivessem contato com o Vietcong. O USMC está formando dois batalhões de FE semelhantes aos Boinas Verdes do US Army (US Special Operations Marines).

Os Rangers, Comandos, FE e LRPs se diferenciam de outras unidades que compõem as unidades convencionais por terem treinamento especial para realizar missões que as tropas convencionais não são capazes como ação direta de pequenas unidades (táticas de incursão), operações atrás das linhas, guerra não convencional, patrulha de longo alcance e coleta de informações. Também tem qualificações especiais como pára-quedismo e mergulho, usados para inserção e infiltração e atuarem a longa distância, além de técnicas de demolição e interrogação.

Todas as unidades de FOpEsp podem ter unidades internas ainda mais especializadas com contraterrorismo, sniper, demolição, veículos, resgate, etc.


Mitos

As FOpEsp não são formadas por Rambos ou Schwarzeneggers que ficam de pé durante o combate ou saem atirando e matando todo mundo como nos filmes. Não são super-homens mas soldados super treinados e capazes de fazer mais, melhor, mais rápido ou, principalmente, as missões mais difíceis. Dependendo da missão evitam lutar a todo custo. A seleção é para evitar que tipos assim entrem nas unidades. As FOpEsp são muito valiosas para lutar por qualquer coisa. O mais importante é saber quando não agir.

O desempenho das FOpEsp sempre se faz notar em combate. Por exemplo, um pelotão de 18 Force Recons do USMC, atuando em uma colina no Vietnã, ficou por dois dias designando alvos para a artilharia e aeronaves de apoio aéreo aproximado. Foram atacados por um batalhão sofrendo 6 mortos e 12 feridos. Quando resgatados só tinham oito tiros de sobra.

A capacidade varia muito de uma tropa para outra. Os Comandos Navais israelenses gastavam em média três tiros por "kill" e eram todos treinados em sniper. Já as tropas de reconhecimento do Exército gastava em média dois carregadores por "kill". Contra tropas inimigas o desempenho também costuma ser superior. Na luta antiguerrilha na Rodesia, as FOpEsp britânicas tinham uma "kill ratio" (perdas x mortos) de 10 contra 1, os fuzileiros americanos no Vietnã tinham um "kill ratio" de 7 contra 1 e os Marines Britânicos na Malásia, 7 contra 1. Os Seals eram chamados no Vietnã de demônios de cara verde. Foram 46 mortos, mas com um kill ratio de mais de 50 x 1 com 2.000 inimigos mortos mais 2.000 capturados. Obviamente, em todos estes casos, eram guerrilheiros mal treinados. Contra tropas convencionais são enviadas outras tropas convencionais.
As operações especiais precisam de tropas com qualidades como inteligência, iniciativa, atenção, capacidade física, capacidade de agir com frieza em quaisquer condições e ter habilidades que as tropas convencionais não tem. Seu perfil psicológico deve ter inteligência, caráter, bravura, lealdade, dedicação, um profundo sentimento de profissionalismo, maturidade (a idade ideal é entre 24 e 32 anos), responsabilidade e autodisciplina. Devem gostar da vida rústica no campo ao invés do conforto da vida civil. Devem ter mentalidade ofensiva enquanto as tropas convencionais se preocupam em sobreviver e voltar para casa vivas. Enquantos os operadores são todos voluntários, as tropas convencionais são geralmente formadas por conscritos.

As FOpEsp são formadas a partir de veteranos como sargentos com experiência de comando, reputação de confiança e profissionalismo. Tendo origem variada os membros de uma unidade já começam tendo experiência anterior em blindados, artilharia, engenharia, comunicações, etc.

As FOpEsp tem que ter mentalidade inovadora, para criar respostas a desafios, e estão sempre desenvolvendo e testando novas idéias, táticas, conceitos e armas. Na Segunda Guerra o SAS criaram as granadas stunt usadas até hoje e a bomba Lewis para sabotadores. No treino anti-terror dos SAS inclui testar e treinar em qualquer tipo de cenário possível, repetidamente, de prédios a aeronaves, testados técnicas e táticas.
Os Comandos britânicos da Segunda Guerra Mundial podiam morar fora do quartel para reforçar a autoconfiança. Para encorajar a iniciativa podiam fazer sugestões para melhorar táticas, equipamentos e armas. Experiências com os pára-quedistas israelenses, em marcha prolongada, mostrou que dos três batalhões que receberam suprimentos diferentes, um com pouca água, outro com muita água, outro com água e comida suficiente, mostrou que o que tinha muita água sempre tinha melhor desempenho no fim da marcha forçada. Isto vai contra a idéia que as tropas tem que se acostumar com pouca água.
O que faz as FOpEsp diferentes das forças convencionais, além da seleção rigorosa, é o treinamento bem variado como navegação, combate noturno, comunicações, demolição, primeiros socorros, defesa pessoal, sobrevivência, resistência a interrogatório, guerra urbana, montanhismo, guerra no ártico, deserto e selva, além de métodos especiais de infiltração e exfiltração como pára-quedismo, mergulho e assalto anfíbio. O treinamento de mobilidade inclui saber dirigir vários tipos de veículos e em alta velocidade. No SAS australiano cada tropa é especializada em alguma técnica de infiltração como queda livre, montanhismo, barcos, scuba, veículos do deserto, etc. A seleção e o treinamento rigoroso resultam em uma grande taxa de desistência. Além de treinar a mais, no tempo livre fazem treinamento cruzado, ficando muito pouco tempo em tarefas cotidianas do quartel. As habilidades diminuem se ficam sem treinar. Assim como jogador de futebol tem que treinar com freqüência.Isso não acontece com os super-heróis.

As FOpEsp dão muita importância a capacidade e habilidades e não a hierarquia. Em uma estrutura convencional a hierarquia pode limitar a capacidade de um individuo que depois demonstra ser um ótimo operador.

O treinamento das FOpEsp são muito mais frequentes e intensos que as tropas convencionais. Operações repetitivas produzem reflexos militares e mentalidade própria. O treinamento intenso e variado elevava a moral e cria uma sensação de importância e capacidade. Apenas em treinamento de tomada de prédios os Deltas gastam cerca de 1.000 tiros por membro em um dia. O treinamento também é importante para evitar perdas. No Vietnã foi observado que 2/3 das baixa das pequenas unidades ocorreram nos dois primeiros meses no campo pois o treinamento da época era inadequado.

Para operar no deserto, selva, montanha e ártico é necessário o uso de tropas treinadas, condicionada e equipadas. Não dá tempo treinar e preparar depois de iniciado as operações e pode resultar em baixa não relacionadas com combate. Nem todas tropas precisam ser treinadas, mas uma parte é usada para passar dicas para os outros.

Os veteranos das Forças Especiais americanas no Vietnã que passaram a treinar no deserto perceberam que estavam melhor preparados que as FOpEsp árabes durante exercícios conjuntos. Perguntaram como faziam para sobreviver e disseram que eram ajudados por beduínos.

SBS
Tropas de Elite e Operações Especiais Tesbsfrio
Uma equipe do SBS realiza treinamento em região ártica. Tropas que treinaram no ártico e selva relatam que preferem o frio pois é mais fácil se aquecer no frio do que se refrescar na selva. Os membros das FOpEsp são chamados de operadores.

Nas fotos de membros de FOpEsp não se vê tipos musculosos como os "Rambos" e "Schuartzneggers" dos filmes pois não tem que ser fortes e sim resistentes. Durante a selecão das FOpEsp são realizados testes de esforço físico e mental para separar os inaptos. É comum nos filmes do gênero acontecer intrigas onde um membro recalcitrante vai contra a missão. Estes tipos de individuo não passam nos testes ou são facilmente detectados. Como disse uma vez um operador sul-africano: "No primeiro dia eles estão cansados. Ao fim do segundo eles estão exaustos. Ao terceiro assemelham-se ao zumbis. Pensam só em descansar e comer. É então que é analisada a variação de sua personalidade." Na seleção dos Boinas Verdes havia muita punição e abuso dos candidatos. Agora aplicam o mesmo teste a todos e observam a personalidade. Na seleção dos Deltas, os candidatos nem sabem os critérios de seleção e até mantém candidatos recusados por algum tempo para confundir. Fazem testes psicológicos para detectar os que continuam tendo iniciativa em condições de estresse estremo.

As FOpEsp também não são esta maravilha e seu uso tem vários efeitos colaterais como:

- Drenagem da liderança, com oficiais e sargentos com bom desempenho nas forças convencionais tendo facilidade para ir para as FOpEsp e desfalcando as forças convencionais de bons oficiais e sargentos. As tropas convencionais acham que bons oficiais e sargentos devem estar dispersos na tropa e não concentrados, ou a força fica fraca como um todo.

- Ciclo de seleção-destruição, com as FOpEsp só sendo usadas quando há conflitos. Em 1982 a Argentina formou uma companhia de Comandos com pessoal treinado em comandos e forças especiais e que estavam atuando em outras tropas. Isto mostrou ser desastroso por não estarem acostumados a treinar como uma unidade, sem coesão e sem proficiência. As FOpEsp não se formam da noite para o dia. Leva cerca de dois anos para formar um Force Recon ou Seal e suas habilidades são perecíveis. Os americanos são conhecidos por terem bom desempenho em combate não por causas ideológica, religiosas, patriotismo ou salário, mas por lutarem um para os outros. Operações de guerra não convencional precisam ser iniciadas logo no inicio de um conflito. Não dá para iniciar o treinamento e formar unidades de operações especiais depois. O treino em cultura e linguagem leva anos.

- Super alocação de recursos, desproporcional ao tamanho da unidade, que poderia ser usado com tropas convencionais. Por exemplo, a FopEsp canadense Joint Task Force 2 (JTF2) tem cerca de 350 membros e um orçamento anual de US$ 25 milhões. Manter um operador também está ficando caro. Os operadores do SAS estão recebendo um aumento com um sargento experiente ganhando quase US$ 100 mil por ano. O aumento é devido a oferta de trabalhos de segurança no setor civil onde os membros do SAS são bem cotados. O aumento foi dado para não perder o investimento em milhões de dólares feito por 5-10 anos nos operadores.

- Má utilização. O maior medo das FOpEsp é ser mal usado pelas autoridades, mas até que gostam de missões convencionais para ver ação, como o uso de tropas do SAS e Delta Force para operações convencionais de larga escala no Afeganistão. As FOpEsp respondem geralmente a um comandante de tropas convencionais que, geralmente, não entende do assunto e não usa as FOpEsp adequadamente, desconhecendo suas capacidades e limitações. As FOpEsp não se encaixam bem em estratégias de guerra de manobra e atrito.

- Origem política. Os Commandos de Churchil e as Forças Especiais de Kennedy corriam o risco de acabar quando seu fundador saísse do poder. Pelo menos as Forças Especiais americanas continuam atuando. No Vietnã eram sete unidades de FE e depois passou a três unidades com o fim do conflito. A prioridade passou a ser guerra convencional contra a URSS.

- Ressentimento das forças convencionais. Outras tropas acham que a guerra deve ser vencida por força convencional e não com showzinhos particulares. As ForOEsp temiam que o General Norman Schwartzkopf, comandante das tropas durante a invasão do Iraque, não as deixasse operar atrás das linhas para se vingar de quando foi pego no banheiro enquanto as FE atacavam seu posto de comando em um treinamento quando ainda era capitão. A independência dos operadores, a quase igualdade entre os membros, não considerando muito a hierarquia, e o pensamento não convencional irrita em muito os oficiais das tropas convencionais.

Missões das FOpEsp

As missões das FOpEsp são divididas em Ação Direta, Contra-Terrorismo, Guerra Não-Convencional, Reconhecimento Especial, Operações Psicológicas, Defesa Externa, Assuntos Civis e Ações Cívico Social. São missões que não podem ser executadas por tropas convencionais. As Operações Especiais precisam preencher cinco requerimentos para serem assim designadas: precisam de tropas com treino e equipamentos não convencionais, a missão é politicamente sensível, precisa de uma abordagem não convencional, tem uma oportunidade limitada para ser realizada e precisa de inteligência especializada. As FopEsp apóiam forças convenciones fazendo o que não podem fazer, ou substituindo quando a força é inapropriada.

Algumas atividades convencionais são consideradas "especiais" por necessitar de grande proficiência ou são realizadas sem condições excepcionais. Um exemplo são as missões de ação direta que é feita pelas FOpEsp devido ao grande valor do alvo. Pode ser feita por unidade convencional, mas para garantir sucesso escolhem a melhor força ou devido a necessidade de um método de especial. Também não é viável treinar uma grande quantidade de tropas convencionais para guerra não convencional com linguagem e cultura de várias regiões do mundo.

As operações de Ação Direta são ataques de curta duração, pequena escala, secretas ou não, e outras ações ofensivas de pequena escala realizadas pelas FOpEsp em ambiente hostil ou politicamente sensível empregando capacidades especiais para tomar, destruir, capturar, explorar, recuperar ou danificar alvos. A ação direta difere das ações ofensivas convencionais em termos de nível de risco físico e político, técnicas operacionais, grau de descriminação e precisa de uso de força para atingir objetivo.

As operações de ação direta incluem:

1 - incursões/raids, emboscadas e assalto direto. Os alvos geralmente estão além da capacidade das forças convencionais como alvos críticos, interdição das linhas de comunicações, capturar de pessoal ou material, e tomar, destruir ou neutralizar instalações. Sabotagem independente e colocação de minas também podem estar incluídas e as missões podem ser realizadas para apoiar operações de despistamento ou em apoio as operações convencionais.

Uma missão é classificada como incursão quando: não é para conquistar e manter o terreno, como usar o pequeno tamanho e mobilidade para tomar um aeroporto até a chegada das forças convencionais; o objetivo é infligir o máximo dano em um curto período, seguido de retirada; é realizada na retaguarda inimiga; e precisa de tropas bem treinadas.

2 - ataques a longa distância usando armas ou operações de inteligência. Pode ser conduzido por plataformas aéreas, marítimas ou terrestres quando não é necessário usar combate aproximado.

3 - aquisição alvo e ataque terminal. As FOpEsp são usadas para identificar alvos para informar local, designar com laser, becons e outros meios para ataque pela aviação ou artilharia.

4 - operações de recuperação com busca, localizado, identificação, resgate e retorno de pessoal, equipamento ou itens.

5 - operações de destruição de precisão onde o efeito colateral deve ser mínimo, precisando de armas sofisticadas ou detonadas na hora certa. Neste caso as munições guiadas não podem ser usadas para não danificar outras partes da instalação.

6 - operações anti-superfície contra alvos no mar incluindo combatentes, consistindo de abordagem, busca e tomada de embarcações.

Contra-terrorismo inclui medidas ofensivas para prevenir, deter, prevenir, responder ao terrorismo. Inclui operações de inteligência, ataque as redes terroristas, resgate de reféns e recuperação de material sensível. As tropas convencionais atuam contra o terrorismo, mas as FOpEsp fazem ação rápida e interagem com nativos. As tropas convencionais tem ação permanente no local ou fazem varredura de grande escala. As forças anti-terroristas são só reativas e não realizadas todas as missões das forças contra-terroristas.

Guerra Não Convencional são ações militares e paramilitares realizadas em território inimigo ou politicamente sensível. Inclui ações de guerra de guerrilha, evasão e escape, subversão, sabotagem e operações clandestinas. Podem ser operações de longa duração e conduzias com forças indígenas organizadas, treinadas e apoiadas pelas Forças Especiais.

Reconhecimento Especial são ações de vigilância e reconhecimento feitas como operações especiais em ambiente hostil, sensível, negado ou politicamente sensível para verificar informações de significado estratégico ou operacional usando capacidades não encontradas nas tropas convencionais. Consiste em infiltra atrás das linhas para suprir os comandantes do teatro com dados de inteligência do inimigo ou coletar informações do terreno e população local. Os dados são usados para determinar as capacidades inimigas, intenções e atividades, complementando o reconhecimento convencional. Mesmo com sistemas sofisticados de longo alcance algumas informações só são possíveis de obter com observação visual.

O reconhecimento especial pode incluir coletar dados meteorológicos, hidrográfico, geográfico, demográfico; designação de alvo, avaliação de área e avaliação de danos de batalha para avaliar o resultado do ataque; reconhecimento armado, localizando e atacando alvos de oportunidade; avaliação de alvo e ameaça detectando, identificando, localizando e avaliando alvos para determinar a melhor arma para destruir, incluindo determinar o dano colateral.

As Operações Psicológicas ou Psyops são realizadas para plantar informações nos inimigos ou países para influenciar as emoções, motivos, objetivos e comportamento de governos, grupos, organizações e indivíduos. O propósito é induzir comportamentos e atitudes favoráveis ao organizador da Psyopys.

As Psyops podem ser feitas capturando espiões inimigos e filmá-los em confissões que desmoralizam o país e famílias; recrutar indivíduos de aparência inocente para ser espiões e sabotadores para que, caso sejam capturados, ponham em duvida sus informações; usar métodos para que qualquer agente capturado implica na captura de outros, maximizando o número de contatos questionáveis; distribuir panfletos; uso de estações de rádio e propaganda; renomear cidades e outros lugares quando capturados; estratégias tipo "shock and awe"; terrorismo; projetar som desagradável e repetitivamente por longo períodos contra grupo em cerco; usar veículos para criar estações de transmissão móveis.

As Operações de Inteligência tem o objetivo de degradar a capacidade do inimigo de coletar dados e defender as próprias forças para realizar coleta de informações. Pode ser com ação direta, reconhecimento especial, como inteligência primaria ou secundaria e ações diversionarias para enganar o inimigo de uma ação real.

Defesa interna de países estrangeiros consiste em apoiar países amigos a se defender principalmente treinando suas tropas.

Assuntos Civis consistem em estabelecer, manter e influenciar relações entre as forças militares, autoridades civis e população para facilitar as operações militares.

Ações Cívico Sociais (ACISO) apoiando autoridades e população com infra-estrutura, saúde, abastecimento e construção em apoio as outras missões.

As FopEsp realizam tarefas colaterais, ou tarefas que não treinam, onde geralmente são empregadas como apoio a coalizão, salvamento de combate, operações anti-drogas, ajuda humanitária, operações de paz, etc.

Uma operação especial pode ser pública, secreta ou clandestina. Em uma missão pública não é feito esforço para ocultar a missão com o treino dos CIDG no Vietnã pelos Boinas Verdes, resgate de reféns e a maioria das missões contra-terroristas. As missões secretas têm o objetivo de esconder a origem do país que a realiza, mas não que a missão está sendo realizada. Por exemplo, a CIA usou “mercenários " para sabotar instalações comunicações, portos e petrolíferas da Nicarágua na década de 1980. Em uma operação clandestina a operação e a identidade do país que a realizam devem ser encobertos. Missões de reconhecimento especial são geralmente clandestinas. Se o inimigo descobre o que foi observado pode alterar o dado invalidando a operação.

É bom ter em mente que as FopEsp não são espiões, que é uma função política. As FopEsp coletam inteligência para auxiliar operações militares e não objetivos políticos e econômicos. Também não forças policiais. As forças tipo SWAT lembram unidades contra-terroristas, mas são usadas contra criminosos.

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Mensagem por Bonfim Qui Out 09, 2014 1:11 pm

Parte II


UNIDADES DE FORÇAS ESPECIAIS

As FOpEsp modernas apareceram na Segunda Guerra Mundial. A primeira, e que pode ser considerada a base para as outras forças, foi o SAS britânico.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o conceito do SAS - Special Air Service - nasceu de um conceito de força ofensiva pequena e móvel, inspirado nos comandos Boers sul africanos que aterrorizavam as tropas britânicas no fim do século XIX. O SAS inicialmente seriam chamados de "Storm Troops” ou Leopardos. Com o treinamento de pára-quedismo passou a ser SAS.

O SAS foi usado inicialmente para atacar bases aéreas alemãs no Norte da África. Após uma incursão sem sucesso com infiltração por pára-quedas contra uma base aérea o SAS passou a atuar com o LRDG para infiltrar e exfiltrar por terra no deserto. O SAS passou a plantar bombas nos aviões alemães e em uma ocasião atacou com metralhadoras e granadas passando a ser uma opção. O SAS destruiu mais de 400 aviões da Luftwaffe, ou mais que RAF destruiu em terra e no ar. Após a Segunda Guerra Mundial foi decidido que os Roryal Marines e o SBS iriam fazer incursões de curto alcance e o SAS incursões de longo alcance e longa duração dentro de uma estratégia contra a União Soviética. O SAS atuou na Malásia em 1948 onde foram apoiados por helicópteros. Faziam ações psicológicas como as Forças Especiais americanas.

Uma inovação no conflito da Malásia foi o treinamento de linguagem local e maior treinamento em enfermagem, tanto para ajudar nas patrulhas quanto para ações cívico-sociais, capacidades que se tornaram padrão para as Forças Especiais para conquistar "corações e mentes".

O SAS tem um regimento regular, o 22 Regimento, e os Regimentos 21 e 23 da força de reserva territorial. Os regimentos de reserva só não recebem treinamento anti-terror e o treinamento é mais arrastado. Geralmente atuam como "inimigos" nos treinamentos de tropas convencionais.

Em meados 1991, o SAS foi deslocado para o Golfo Pérsico, durante a Guerra no Golfo, criar ataques divisionários a frente do ataque principal das forças da Coalizão, destruir linhas comunicações e caçar os lançadores de Scuds.

O SAS australiano (SASR) era inicialmente parte do SAS britânico mas se tornou independente. Atuou em Bornéu em 1965 em missões de "corações e mentes", depois no Vietnã onde realizaram patrulha de longo alcance, incluindo junto como MACV-SOG. Durante a atuação em Bornéu tiveram que aprender enfermagem para ensinar cuidados de saúde a população devido as condições sanitárias ruins. Para respeitar a cultura local tiveram que aprender a linguagem e costumes locais. O SASR atuou no Vietnã em patrulhas a pé e veículos, fazem proteção VIP e atuam como força de reação rápida. O curso de patrulha atual é igual ao curto de Recondo do Vietnã.

As tropas do SASR são especialistas em várias habilidades ao invés de se especializarem em apenas uma com como nas outras forças, tende que ser capazes de realizar vigilância, reconhecimento, coleta de inteligência, salvamento de combate, ação direta, operações anfíbias, operações aerotransportadas, contra-guerrilha e antiterror. Um dos motivos é limitar o impacto das perdas em combate. A maioria dos operadores do SASR também têm algumas qualificações lingüísticas. A única especialização visível são os meios de infiltrações das equipes. Uma tropa especial do SAS é o TAG, ou Tactical Assualt Group, uma unidade antiterror dividida em unidades terrestre (Gaunlet Teams) e aquática (Nulla Teams) que atuam em terra e mar respectivamente.

As Forças Especiais (Special Forces) do US Army, ou os Boinas Verdes, foram criadas em 1952 por veteranos da OSS da Segunda Guerra Mundial para realizar ações de guerrilha ou guerra irregular contra a URSS. Esta capacidade automaticamente a faz ser ideal para guerra anti-guerrilha. A USAF e a CIA proporam criar uma força para operar atrás das linhas junto com o apoio da população local e passou a atuar como força anti-guerrilha.

A OSS americana lançou 87 equipes Jedbourg na Europa ocupada a Segunda Guerra Mundial. A equipe consistia de um oficial americano, um operador de rádio e um oficial do país do local de operação (francês, holandês etc). A equipe treinava e comandava a guerrilha local em operações de sabotagem, inteligência e ação direta. As equipes Jedburgh armaram e treinaram mais de 20 mil guerrilheiros. Foram usados para cortar linhas ferroviárias, emboscar tropas e comboios de estrada com objetivo de desviar forças de outras frentes. Depois da invasão no dia D passaram a proteger as pontes e fontes elétricas das tropas alemães que se retiravam. O conhecimento do terreno, a mobilidade e o moral alto foram importantes para realizarem a missão. Os EUA consideram que tiveram um efeito equivalente a 12 divisões. Outras 19 equipes tipo OG formadas por 15 homens podiam operar sozinhas ou com ajuda da guerrilha local. Foram responsáveis por 928 mortes entre os soldados alemães com apenas 13 perdas. Já o destacamento 101 da OSS atuou em Burma com 684 americanos controlando 11 mil guerrilheiros locais. Sofreram 22 mortos mais 184 baixas na guerrilha contra 5 a 10 mil japoneses mortos. Foram responsáveis por 90% da inteligência coletada e designaram 85 dos alvos da USAF na região. Para conseguir respeito da guerrilha local tiveram que aprender e adotar a cultura e linguagem local. Depois da Segunda Guerra Mundial a OSS foi desbandada por competir com outras agências de inteligência como o FBI e a CIA. As operações da OSS são um dos poucos exemplos de operações de guerra não convencional com sucesso.

As FE americanas foram formadas por veteranos de forças especiais da Segunda Guerra Mundial para criar e desenvolver doutrina, treinamento e equipamento. O problema é que a maioria eram ex-rangers e tinham todas as características que as FE não devem ter pois eram máquinas de matar e não eram bons em diplomacia e compreensão. Os Boinas Verdes recebem instrução sobre psicologia, antropologia, economia, ciência política, relações internacionais e história.

Durante a Segunda Guerra Mundial a OSS fazia sabotagem e incursões contra instalações e comboios alemães na Franca e treinava resistência local. Tinham treinamento na língua local. O SAS britânico fazia a mesma coisa. Um bom exemplo seguido pelos Boinas Verdes eram as operações do SAS na Malásia. Um mau exemplo era a guerra colonial da França na Indochina e Argélia.

A experiência do SAS e OSS na Segunda Guerra Mundial mostrou as qualidades dos operadores necessárias:

- operam atrás das linhas, sem frente definida, sem saber quem é amigo ou inimigo;

- operam em ambiente de grande ameaça e com muito estresse, sem muito apoio de forças amigas;

- deve ser especialista em todas as habilidades básicas do soldado, não só para praticar mas para ensinar;
- deve ser familiarizado com armas amigas e inimigas;

- deve ter boa habilidade na linguagem da população onde opera e conhecer a cultura local;

- como operar atrás das linhas tem que ter história de cobertura;

- deve ter força psicológica para resistir ao estresse de ficar sozinho, sem muito apoio e com risco de ser delatado;

- além das habilidades militares, deve ser líder político para lidar com pessoas que não acreditam ou duvidam das suas intenções. Deve ser persuasivo e convincente;

- os operadores fazem política do país no exterior e tem responsabilidade para não atrapalhar.

Algumas características exigidas das Forças Especiais são responsabilidade além do posto, capacidade de assumir riscos maiores, iniciativa, capacidade de instruir outros, liderança e organização.

No Vietnã, um sargento das Forças Especiais era capaz de comandar até uma companhia de tropas locais que eles mesmos treinavam chamados de CIDGs. Faziam ação direta, apoiavam postos locais e interditavam rotas de infiltração do Vietcong. Quando o CIDG passou a ser usado como tropa regular em ofensivas ao invés de defesa dos locais que viviam perderam a eficiência. Já os Strikers eram forças locais que tinham objetivo limitado em tempo de atuação (até uma semana) e contra inimigos locais. As FE davam a capacidade de chamar apoio extra de artilharia, apoio aéreo aproximado e helicópteros de ataque nas missões.

Já as forças MIKE eram do tamanho de uma compania e respondia ao chamado dos CIDIGs. Era uma força de ataque móvel e faziam penetração atacando alvos no Laos, Camboja e Vietnã na trilha Ho Chi Min. Passou de força de reação para ação com missão de infantaria leve durante a guerra.

O treinamento das Forças Especiais inclui linguagem para operar em território inimigo, além de treinamento em operações e armas de vários países, inteligência, demolição, comunicações, medicina de combate, patrulha de longo alcance e precursor pára-quedistas (as Forças Especiais são todos pára-quedistas). São preparados para realizar tarefas de segurança, sabotagem, evasão e escape, atuando em operações anfíbias, montanhas e regiões desérticas, selva e árticas. Em tempo de paz podem atuar como força opositora para treinar forças convencionais contra guerrilha. O treinamento de enfermagem é longo, cerca de 40 semanas, incluindo estagio em hospital.

As Forças Especiais tem como formação básica a equipe A de 10-12 tropas cada um com uma especialização e treinam um ao outro. O treinamento cruzado não é para criar especialistas (armas leves, armas pesadas, comunicações, engenharia e enfermagem) mas para ter capacidade de cumprir a missão. Inicialmente foi pensado em uma equipe de 13 a 15 homens para ter capacidade de realizar ação direta. Depois passaram a ter papel apenas de treinamento de forças guerrilheiras.

O 10o Grupo de Forças Especiais é baseado na Europa e tinha a tarefa de organizar guerrilhas e sabotagem em caso de invasão do Pacto de Varsóvia. Para operar por longos períodos atrás das linhas as FE recebem treinamento para deprivação sensorial sendo capazes de viver sem apoio material e social atrás das linhas. Entre as capacidades para operar neste cenário as FE eram treinados em armas individuas e coletivas dos países inimigos, demolição, comunicações, operações clandestinas, reconhecimento, criação de redes de inteligência e evasão e escape, ressuprimento a noite e criação de campo de pouso e zonas de desembarque. Tinham muito treinamento na linguagem e cultura dos países onde deveriam operar. A linguagem não precisava ser fluente, mas apenas para manter uma conversa.

Na Guerra do Golfo em 1991 as Forças Especiais tiveram a oportunidade de operar em um conflito de grande intensidade. Neste conflito as FE americanos participaram em grande número, cerca de 7 mil, de todos os tipos além dos Boinas Verdes.

Seis destacamentos de Forças Especiais foram usados para treinar fugitivos do Kuwait como soldados para liberar seu próprio país e treinaram a resistência local. O motivo foi mais político pois era uma força que não faria diferença. Quatro grupos de guerrilhas foram formado com kuwaitianos com 3.500 homens mas não tiveram apoio político para entrar em ação. Os membros da resistência foram usados para fazer coleta de informações, mas tiveram sua ação diminuída progressivamente quando os iraquianos começaram a matar suspeitos de traição. No total foram mais de 6 mil treinados que formaram um batalhão de Forças Especiais, um brigada de comandos e três de infantaria. Todas participaram da invasão. Os Seals ajudaram a montar a marinha do Kuwait fazendo seu papel de Forças Especiais. Os boinas verdes planejaram criar guerrilha curda no norte do Iraque e xiita no sul. Outra missão planejada foi matar Saddam Husseim, mas a lei não permitia isso a não ser quando o ataque começou.

Os boinas verdes foram as forças de ligação para viabilizar as operações conjuntas com 109 times espalhados entre as forças aliadas até o nível de batalhão nas formações árabes, francesas e britânicas. Estes destacamentos eram chamados de Coalision Support Team (CST) e facilitaram o treinamento, planejamento, comando e controle e comunicações e ligação com o apoio de fogo. Treinaram as forças árabes desde a entrar nas casas sem matar civis e até os oficiais a usar garfo certo em almoço em embaixada.

Um problema com as CST era a falta de pessoal treinado em linguagem o que lembra que não dá tempo de desenvolver estas habilidades depois de iniciado o conflito. Também não tinham experiência com operações de grandes unidades.

Inicialmente eram visto com desconfiança, mas após passarem a disseminar dados de inteligência, por terem acesso a GPS e poder chamar apoio aéreo foram muito valorizadas. O treinamento em linguagem ajudou a atuar com qualquer nação sendo os responsáveis pela coordenação e manobra de uma força com vários exércitos com linguagem diferentes. A arma principal era o uso da diplomacia e confiança.

Suas operações em profundidade iniciaram junto com os ataques aéreos operando junto com o SAS e Delta Force. Participaram de um raid junto com o SAS para roubar um radar no Kuwait. As equipes que operaram atrás das linhas faziam vigilância e reconhecimento em profundidade, captura de prisioneiros, raids para atrapalhar as operações de comando e controle e obter inteligência, salvamento de combate e designação de alvos com laser portátil.

Para iniciar as operações aéreas era necessário destruir dois radares de alerta antecipado para deixar as aeronaves passar sem serem detectados. Inicialmente foi pensado como alvos para as forças especiais, mas não aceitaram a realização de operações terrestres naquele momento. Depois foi pensado em usar helicópteros MH-53 para destruir antenas com metralhadoras 12,7mm. Finalmente foi  decidido que os MH-53 só usariam seus sistemas de navegação sofisticado para guiar helicópteros Apaches para atacar alvos. Outro plano para o uso das FE americanas foi resgatar pessoal da embaixada americana no Kuwiat, mas foram liberados antes da missão.
A contribuição dos CST e missões de despistamento dos Seals no conflito do Golfo em 1991 é difícil de comparar com estatísticas das tropas convencionais como 1.500 carros de combate destruídos, 80 mil tropas capturadas etc. As Forças Especiais diminuíram as baixas da coalizão através da ligação, mantiveram a coalizão junta, as missões de despistamento conseguiram manter as tropas de Saddam afastadas, a caça aos Scuds conseguiram manter Israel fora do conflito e manter a coalizão unida, as missões CSAR salvaram pilotos e as operações psicológicas fizeram os inimigos desistir de lutar, mostrando que a função das Forças Especais não é só destruir o inimigo, atuando como um multiplicador de força.

Na Operação Enduring Freedom no Afeganistão em 2001, as Forças Especiais americanas fizeram operações especiais focando em ação direta unilateral ou combinada. Foram mais de 400 patrulhas de combate com mais de 75 contatos com o inimigo. Inicialmente tiveram muito sucesso, atuando junto com as forças da Aliança do Norte, contra as forças talibãs que estavam em posições fixas facilmente visíveis. Estas posições eram suficientes para contrapor a Aliança do Norte, mas eram alvos fáceis para os designadores laser das Forças Especiais. Em uma ocasião uma posição foi atacada há 8km de distância para surpresa das tropas da Aliança do Norte.

O Talibã reagiu criando posições bem camufladas e posições falsas e passou a atuar com mais mobilidade o que forçou o uso de forças convencionais. Em uma ocasião uma ordem de atacar foi mal entendida e uma tropa a cavalo da Aliança do Norte avançou contra uma posição inimiga que estava prestes a ser atingida por uma bomba guiada a laser. A bomba caiu no alvo poucos antes da tropa chegar na posição e acabou usando a poeira e a confusão dos inimigos para ultrapassar a posição o que levou a rendição da mesma ao verem inimigos na sua retaguarda.

Special Force
Tropas de Elite e Operações Especiais Tefeafeganistao
Uma equipe de Forças Especiais busca cobertura enquanto discute o próximo passo. Um operador armado com uma M-60 está procurando alvos pois a área não está segura. Um soldado da Aliança do Norte age como tradutor. A barba mal feita mostra o tempo que estão em campo e ajuda a ocultar a origem. Os operadores podem ter um padrão relaxado de comportamento como usar barba e cabelo longos para cobertura. As FE estão armadas com SAW M-249, M-60E3 e escopeta SPAS12 para várias tarefas. As FE americanas realizam incursões, reconhecimento e operações de inteligência em cenários de guerra não convencional.  

Os Boinas Verdes são a força mais numerosa do Comando de Operações Especiais americano com seis mil tropas. Devido ao combate ao terrorismo este número deve crescer para nove mil e os fuzileiros estão criando uma força própria com 2.600 homens. Já foi até estudado o uso das forças convencionais como apoio as forças especiais quando atualmente funciona de modo contrário. No Afeganistão foi a primeira vez que as forças convencionais apoiaram as FOpEsp.

As FopEsp estão tendo uma importância maior atualmente com as chamadas “guerra de quarta geração”. As guerras de primeira geração são as que usavam os mosquete de alma lisa, que deixou as armas da idade média como a espada e lanças obsoletas; as guerras de segunda geração foram as guerras de atrito de grandes formações como a guerra civil americana; as guerras de terceira geração foram as guerra manobra não linear como a Segunda Guerra Mundial. Nas guerras de quarta geração todas as nações estão envolvidas e foca no colapso de toda a estrutura social. Não há distinção entre guerra e paz e pequenas equipes altamente treinadas serão mais importantes que grandes formações convencionais. A polícia e os políticos terão um papel importante e as forças inimigas irão operar mais como células terroristas. As operações na Somália foram um exemplo inicial com as forças da ONU assegurando a destruição de alimentos e tentando dar uma atmosfera de segurança e estabilidade.

O 1º Destacamento Operacional de Forças Especiais (1st Special Forces Operational Detachment Delta - 1st SFOD-Delta -1SFOD-D), ou Força Delta, é especializada em ação direta, principalmente combate ao terrorismo mas que faz qualquer coisa como caçar mísseis Scud no deserto como fez em 1991 no Golfo. Foi formado em 1977 inspirado no SAS britânicos como unidade de resgate de reféns e contra terrorismo. As missões tradicionais mudaram devido a necessidade política, mau uso militar e novas ameaças como caçar Scud e missões de paz na Somália. No Afeganistão os Deltas operaram como parte da Força Tarefa Sword que cobria a fronteira com o Paquistão. A força tinha cerca de 2 mil tropas incluindo os Deltas, DevGru dois esquadros do SAS e SBS. O SAS e SBS poderiam ter pegado Bin Laden se não fossem ordenados esperar para os Deltas realizarem a captura. Na invasão do Iraque em 2003 os Deltas operaram atrás linhas em missões de inteligência, incursões e designação de alvos. Depois procuraram autoridades do governo como o próprio Saddam Hussein.

Nossas Forças Especiais são copias do Special Forces americanos. As FEs, além das missões dos comandos, são empregadas em missões mais elaboradas. Na guerra convencional eles tem a missão de elaborar redes para fuga e evasão, reconhecimento em profundidade etc. Na contra guerrilha geralmente são empregados na coleta de inteligência.

Forças Especiais
Tropas de Elite e Operações Especiais Tefehaiti
Tropas do batalhão de Forças Especiais do EB no Haiti. A viatura Toyota usada nas patrulhas motorizadas está equipada com blindagem. As tropas podem ser identificados como membros de FOpEsp pelos itens não padronizados como botas de CQB, fuzil CAR-15 com mira EOTECH, coletes blindados e luvas, bem característico das unidades de combate aproximado. Os combates a curta distância (Close Quarters Battle – CQB) é característico das equipes contra-terrorismo, mas fazem parte do treinamento de todas as FOpEsp. A luta em ambiente fechado e curto alcance é feita em prédios, meios de transporte e túneis. É uma operação muito mais arriscada que em campo aberto onde a movimentação significa se expor a ameaças escondidas. O operador tem que pensar e reagir rápido devido as várias ameaças, inimigos, cuidar dos reféns, e snipers. Sistemas de alertas podem ter sido instalados para guardar o perímetro. Usar furtividade é difícil pois o sabe onde as forças irão entrar. Nos combates aproximados o Grupo de Assalto é dividido em várias equipes de assalto formada pelo líder de equipe, breacher, atirador, para-médico, operador de comunicações e outros especialistas de acordo com a situação.

Recces
Tropas de Elite e Operações Especiais Terecces
Durante os conflitos das décadas de 1970 e 1980 os Comandos de Reconhecimento da África do Sul, ou simplesmente "Recces", se distinguiram em muitas ações, particularmente em Moçambique, Angola e Namíbia, através de operações de sabotagem e reconhecimentos profundos. Os Recces mostraram ser muito mais eficazes que as forças convencionais, conseguindo muito mais contatos com o inimigo. As patrulhas dos Recces da África do Sul são formadas por 3-5 com o navegador, rastreador, médico, demolidor e sinaleiro. Fazem treinamento cruzado para poder realizar a missão do outro. Cerca de 95% de todas as Forças Especiais sul-africanas foram levadas para operar atrás das linhas inimigas, com distâncias que variam 10km a 2.000km. Levam muito armamento pois a extração ou apoio pode demorar quando operam atrás das linhas. O rádio transmite em código morse para economizar a bateria. O Kit de primeiros socorros fica sempre no mesmo lugar e assim todos sabem onde fica. A veste nunca é retirada pois tem tudo em caso de emboscada. A mobilidade é um fator importante podendo operar montados ou com transporte aéreo. Os blindados altos sul-africanos davam boa visibilidade nas savanas. Os Recces agora são a Brigada de Forças Especiais que recebeu esta designação em 1996.

Selous Scouts
Tropas de Elite e Operações Especiais Teselousscouts
Os membros dos Selous Scouts deixavam a sua barba e seus cabelos crescerem por uma questão de se ter pouca água a disposição e porque isso também ajudava na camuflagem, pois a barba surja na reflete a luz. Os Selous Scout era um batalhão formado na Rodesia (atual Zimbabue) em 1973 e usado para reconhecimento e contra insurgência que atuou contra a guerrilha local até 1980. Eram usados para rastreamento, infiltração, reconhecimento e ataque. Operavam em grupos de oito mas podia chegar a até 72 em ataques contra a guerrilha em outros países. Formavam unidades conhecidas como sticks (mateiros), com um ou dois oficiais brancos e até trinta soldados negros. Os Selous Scout não iniciavam contato, mas mesmo assim foram responsáveis por 70% dos guerrilheiros mortos. O batalhão tinha a missão de infiltrar-se nas redes de guerrilha, isolar grupos rebeldes e transmitir informações para as forças convencionais, designadas para executar o ataque. A tática principal era se passar por guerrilheiro para infiltra nas organizações. Era preciso que os batedores parecessem, agissem e falassem como guerrilheiros de verdade. Usavam as mesmas roupas e armas da guerrilha e a escolha dos itens foi liberada para aumentar a efetividade ao invés da padronização ou regulamentação. Os Selous Scouts só ficaram conhecido quando a unidade foi desbandada.

Gyvaty
Tropas de Elite e Operações Especiais Tegivaty
Israel tem várias unidades de elite chamadas de Sayeret (compania de reconhecimento em hebreu). A unidade Sayeret Mat'kal ou unidade de reconhecimento 269 é a FOpEsp de elite da IDF fazendo operações contra-terrorismo, ação direta, CSAR, e LRRP, além de apoiar o Mossad. Foi modelada no conceito do SAS. A unidade está ligada diretamente ao Estado Maior e realiza as missões de ação direta e reconhecimento mais difíceis. Foi apelidada de "The Unit". As brigadas israelenses tem unidades de reconhecimento, anti-carro, de choque, incursões e infiltração e demolição. As unidades de reconhecimento cobrem a área de atuação da brigada que cobre uma parte do país. Por exemplo, a unidade Sayeret Givaty é a LRRP da brigada Giva'at também conhecida como PALSAR 8234. Depois da invasão do Líbano em 1982 a brigada Giva'at passou a ter papel anfíbio. As unidade blindadas tem unidades de reconhecimento equipadas com Jipes equipados com mísseis TOW. Na invasão do Líbano em 1982 foi responsável pela destruição de tantos blindados sírios quanto os próprios blindados israelense. As patrulhas de longo alcance são formadas por 4-5 homens e são muito bem armados até chegar a exfiltração em caso de contato com o inimigo. As unidades também fazem incursões e ajudam as unidades anti-terror na segurança da zona de incursão, coletando inteligência e esperando as unidades anti-terror no resgate de reféns. Só resgatam reféns se os terroristas começam a atirar nos reféns.
spetsnaz
Tropas de Elite e Operações Especiais Tespetsnaz
Uma equipe de Spetsnaz se prepara para uma missão durante o conflito do Afeganistão em 1988. Spetsnaz é o termo russo para forças especiais, ou unidades de propósitos especiais. O termo pode ser usado para várias forças especiais russas como os contra-terroristas do FSB (Polícia Federal russa), os GRU do serviço de inteligência do Exército, o OSNAZ da KGB (desbandados e virou FSB) e o OMOM do ministério do interior (MVD). A Marinha Russa tem uma unidade Spetsnaz similar aos Seals. O FSB tem as equipes Alfa e Vympel. A Vympel é usada para operações anti-sabotagem como a proteção de instalações nucleares. O OMOM é mais uma unidade anti-crime tipo SWAT, mas atuou na Chechênia com um kill ratio de 1 para 200. O OMOM também apóia as equipes do FSB nas operações de resgate assim como os Rangers apóiam os Deltas. O GRU do Exército são os Spetsnaz originais realizando ação direta e reconhecimento especial, mas não são similares as FE americanas. Durante a Guerra Fria fariam reconhecimento especial e sabotagem contra instalações da OTAN em caso de guerra. Atuaram no Afeganistão e Chechênia. Os Spetsnaz usam uniforme das tropas aerotransportadas VDV para evitar identificação e podem usar outros uniformes. Em 1991 a KBG mangou grupo Alfa prender o presidente Boris Yeltsin durante uma tentativa de golpe. O comandante da unidade deixou os membros votarem e se recusaram a realizar a missão. A ordem era inconstitucional e ilegal. Este tipo de atitude é rara na FopEsp. Os Spetsnaz são uma das poucas FopEsp que aceita conscritos, mas mesmo assim são os que têm ótimo desempenho nas forças convencionais. Os Spetsnaz são as FOpEsp que mais treinam com facas. A baioneta NRS-2 pode até disparar um projétil 7,62mm apesar de ser bem impreciso.

MERGULHADORES DE COMBATE
Os Mergulhadores de Combate (MEC) são as FOpEsp que atuam nos mares, rios e próximo da praia. São usados para realizar tarefas como salvamento, proteção de porto, operações ribeirinhas, reconhecimento anfíbio, guerra não convencional no mar, demolição e limpeza de obstáculos de praia. Uma função é realizar ataques furtivos a embarcações destruindo-as com minas e explosivos.
O ataque de mergulhadores de combate mais espetacular da Segunda Guerra Mundial foi realizado por seis mergulhadores de combate italianos, tripulando veículos submersíveis, lançados por um submarino nas proximidades do porto de Alexandria, onde estavam fundeados os dois únicos navios de linha restantes na esquadra inglesa do Mediterrâneo, os encouraçados Valiant e Queen Elizabeth. Os navios foram afundados e esta ação, de apenas seis homens, deixou a marinha inglesa em situação crítica no Mediterrâneo.  Com o navio de guerra britânico, Barham e o porta-aviões  Ark-Royal já torpedeados pelos U-Bootes de Dönitz, os comboios do Eixo puderam atravessar Mar Mediterrâneo quase que livremente, o que possibilitou a grande ofensiva de Rommel até a El-Alamein. Ou seja, seis mergulhadores de combate, montados sobre estranhos torpedos, ajudaram a balançar da guerra a pender por um certo tempo a favor do Eixo.

Os Navy SEALS (Sea, Air, Land) são as FOpEsp da US Navy treinadas para operam no mar, praia e rios, realizando guerra não convencional, reconhecimento especial e contra-terrorismo, além de assistência de segurança, operações anti-drogas, resgate, defesa de porto, incursões, aquisição de alvos, abordagem a navios, busca e apreensão, busca e salvamento de combate e apoio as operações anfíbias. São equivalentes aos Special Forces do US Army e apóiam a Frota nas operações especiais no mar, rios e litoral em qualquer região do mundo.
A historia dos Seals iniciou com os "Scouts and Raiders" da Segunda Guerra Mundial. Eles participaram de todas as campanhas do conflito, geralmente guiando forças anfíbias e as vezes faziam incursões. Atuava mais com botes e as vezes nadando. Na invasão de Tarawa em 1943 não houve reconhecimento de praia antes e os obstáculos inesperados levaram a terríveis conseqüências. Isto levou criação dos mergulhadores de combate e demolição (UDT). Logo aprenderam que era necessário tropas treinadas e que realizar reconhecimento de praia de dia era possível. Os UDTs participaram da Guerra da Coréia participando em cerca de 60 desembarques fazendo reconhecimento de praia, limpeza de minas e obstáculos e 137 missões de reconhecimento e sabotagem em terra. Realizaram experimentos de infiltração e exfiltração de helicóptero. Na época o método era muito bom para infiltração na água, mas difícil encontrar as tropas para exfiltração no mar.

Os primeiros Seals apareceram em 1962 como resposta ao pedido do Presidente Kennedy para realizar as missões de mergulhadores de combate, operações de comandos e tipo Forças Especais. Apoiariam a US Navy e não só o USMC. Passaram a ter ênfase em guerra terrestre ao contrario dos UDTs que atuam mais no mar. Inicialmente foram formadas duas equipes, uma em cada costa leste e oeste. O pessoal veio dos mergulhadores UDTs e realizaram operações clandestinas na região marítima do Vietnã como interdição marítima, ribeirinha, emboscadas e salvamento de combate, além de treinar tropas do Vietnã do Sul em funções semelhantes. As missões de ação direta não eram coordenadas com o esforço geral e tinham que realizar as próprias missões de inteligência. O presidente Kennedy iniciou o plano para aumentar a capacidade das FOpEsp mudando a política de "resposta massiva" de Eisenhower.

Em 1964 iniciou a criação de unidades de embarcações (SBU) para apoiar as operações dos Seals. No inicio só atuavam com o Seal Team 6, de depois tiveram reforço do Seal Team 2. Uma das missões era liberar prisioneiros de guerra, mas não encontraram nenhum americanos apesar de libertar 152 vietnamitas do sul. Os Seals foram a ultima unidade americana a se retirar do Delta Mekong.

Durante a Guerra Fria a US Navy treinava para conflito aberto em alto mar contra os Soviéticos enquanto os Seals treinavam para atuar em terra praia e rios. Ficavam isolados da frota e os oficiais tinham a carreira limitada na marinha por terem sido parte dos Seals. Tiveram que treinar em cenários de alvos no Terceiro Mundo ou aliados Soviéticos.

O treinamento inclui enfermagem de combate, comunicações, navegação, tiro, combate urbano, táticas, demolição, mergulho de combate, pára-quedismo tático e linguagem. Os Seals são treinados para operar na selva, ártico, deserto e montanha. São pouco armados, relativamente, e precisam de muito apoio externo para sustentação e superar o inimigo.
Os Seals são uma misturam de comandos, Forças Especiais e de reconhecimento com ênfase no meio em que operam. São a referência para outras unidades navais do tipo. No Afeganistão passaram operar bem dentro terra e receberam mobilidade tática na forma de veículos leves. A boa condição física e conhecimento de montanhismo dos Seals permitiu operar local no local sem problemas.

Os Seals são formados por 2.800 tropas incluindo 600 tripulantes das forças de embarcações especiais (400 tropas), reserva e apoio. Para comparar os Rangers são apenas 2.000 homens. Os mergulhadores de combate UDTs passaram a ser chamados de Seals desde 1983 com a designação de equipe Seals Delivery Vehicles (SDV).
O Seal Team 6 era a unidade de guerra não convencional e contra-terrorismo dos Seals similar aos Deltas do Exército. Eram chamados de cavaleiros Jedi devido a roupa preta usada nas operações contra-terrorista. A unidade foi debandada em 1995 e substituída pelo Development Group (grupo de desenvolvimento) ou DEVGROUP ficando responsável pelo desenvolvimento e teste de novas armas, equipamentos e táticas. O DevGroup é formado por 200-300 operadores e pessoal de apoio distribuídas em três equipes combate e três equipes de apoio. A equipe Gold é a equipe de assalto principal apoiada pelas equipes Red e Blue. A equipe Gray é uma unidade de transporte de barcos SWCC. A equipe Black faz reconhecimento e a equipe Green recebe os novatos em treinamento. Todas as tropas tem uma especialidade e todos são MECs e habilitados em pára-quedismo especial (HALO/HAHO).

As unidades de embarcações Special Warfare Combatantcraft Crewmen (SWCC), ex SBU, são usados para infiltração e exfiltração clandestina, além de patrulha e vigilância, interdição marítima, despistamento, busca e salvamento, escolta armada e defesa externa.

Seals
Tropas de Elite e Operações Especiais Teseals
A água é o local de operação dos Seals onde foram treinados para atuar de forma "confortável".

MK5
Tropas de Elite e Operações Especiais Temk5
As unidades de embarcações SWCC estão equipados com lanchas rápidas MK5 para infiltração e exfiltração de equipes dos Seals. São as únicas unidades da US Navy equipadas com embarcações para guerra ribeirinha. O SBU usarou embarcações para patrulhar as entradas do Canal do Panamá na invasão de 1989. A US Navy não tinha meios para cumprir a missão em ambiente ribeirinho a não ser o SBU. O SDV está equipado com mini-submarinos para infiltração e exfiltração. As operações do SBU no Golfo Pérsico durante a guerra dos petroleiros mostraram a necessidade de embarcações maiores como a Mark V e o PC Cyclone.

Takur Ghar
Tropas de Elite e Operações Especiais Tetakurghar
Cenas da batalha de Takur Ghar no Afeganistão. Pelo menos sete pelotões dos esquadrões Seal Team 2, 3 e 8 serviram no Afeganistão e parte do SDV 1. Operavam sozinhos ou com outras tropas e países. Na Guerra do Golfo em 1991 os Seals atacaram plataformas petróleo do Iraque.

Draeger
Tropas de Elite e Operações Especiais Tedraeger
Operador do Seals com um equipamento de mergulho de circuito fechado Draeger e roupa de mergulho Sucumar. Durante a invasão do Panamá em 1989 os Seals realizaram a primeira missão de sabotagem de navio depois da Segunda Guerra Mundial. Com o risco do General Noriega poder fugir do Panamá pelo ar ou mar, os Seals ficaram responsáveis por evitar estas possibilidades. Uma equipe do Seal Team 2 foi encarregada de colocar cargas explosivas em uma lancha patrulha e no Iate presidencial que poderiam servir de meio de fuga. Duas duplas de mergulhadores foram encarregadas de realizar a missão. Não usariam minas magnéticas tipo Limpet coladas ao casco mas sim com explosivos C4 amarrado nas hélices com detonador de tempo. As cargas deveria detonar a 1 hora da madrugada no inicio da invasão. O alvo ficava a 3,5km de base americana do outro lado do canal e era visível da base americana. Uma equipe de apoio de fogo estava próximo em uma embarcação armada com metralhadoras .50 e lança-granadas automáticos. Os Seals usaram o sistema Draeger que recicla o oxigênio e por isto não emite bolhas na superfície. As equipes de mergulho foram lançadas por dois botes Zodiac que também levavam o piloto e dois Seals armados com fuzil M-16. Os Zodiac cruzaram o canal em zig-zag a baixa velocidade para evitar barulho e fazer poucas ondas. No meio do caminho um motor falhou e um barco patrulha passou perto sem vê-las. Tiveram que acelerar e se expor mais para recuperar o tempo perdido. O ponto de inserção era a 150 metros do alvo. Entraram na água as 11:30h. Os Seals usaram bússola luminosa para navegar no escuro. Os Zodiac voltaram para dentro do canal para trocar o motor e voltaram para o ponto de extração. Os Seals chegaram próximos ao barco patrulha e iate na hora que a aviação começou a atacar. As forças de defesa panamenhas no porto iniciaram ações defensivas incluindo lançar granadas na água. Mesmo assim avançaram e colocaram as cargas. Na volta para o ponto de extração os Seals ficaram no caminho de um petroleiro que passava pelo canal. Tiveram que mergulhar mais fundo para não serem sugados pelas hélices. O sistema Draeger só é seguro até 7 metros de profundidade e os Seals tiveram que mergulhar até 15 metros. Tiveram que subir lentamente para não se intoxicarem com o oxigênio. As embarcações explodiram exatamente as 01:00h como previsto e os Seals não sofreram baixa.

Commando Shayetet 13
Tropas de Elite e Operações Especiais Tes13
Os mergulhadoras de combate israelenses Commando Shayetet 13 (S-13) é uma equipe de demolição, reconhecimento especial e choque similar aos Seals. Foram usados na invasão do Líbano em 1982 nas praias e estradas próximas para reconhecimento de reforços e emboscada contra a OLP em fuga. Usavam fuzis AK-47 por ser mais resistente a água e eram capazes de dispararam lança-rojões LAW da água. Os israelenses observaram que era mais fácil treinar os mergulhadores para operar em terra do que treinar FOpEsp terrestres para operar a partir da água com mergulho ou nado. O S-13 já realizou centenas de missões e continua operando continuamente no Líbano.

COMANF
Tropas de Elite e Operações Especiais Tecomanf
O Corpo de Fuzileiros Navais da MB tem uma força similar aos Force Recon chamados Comandos Anfíbios (COMANF) que atua em ambientes anfíbios e ribeirinhos. Os COMANF são um batalhão de 500 homens divididos em uma companhia de comando e serviços, uma companhia de reconhecimento anfíbio (RECONANF), uma companhia de reconhecimento terrestre (RECONTER) com função similar as patrulhas de longo alcance (LRRP) e duas companhias de comandos anfíbios para realizar ação direta como incursões anfíbias e retomada de navios. O batalhão também tem uma unidade chamada GER (Grupo Especial de Resgate) com 120 homens capazes de realizar infiltração por pára-quedas e mergulho. O COMANF foi formado em 1957 e chamado de batalhão Tonelero.

A Marinha formou em 1983 o Grupo de Mergulhadores de Combate (GRUMEC) como parte integrante do Comando da Força de Submarinos sendo o equivalente brasileiro dos Navy Seals. O GERR/ME é uma unidade contra-terrorista dos GRUMEC mesma função do GER mas atuando em plataformas de petróleo.

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Mensagem por Bonfim Qui Out 09, 2014 1:18 pm

Parte III

FORÇAS TIPO COMANDOS

Commandos Britânicos
Em 1940 os britânicos resolveram criar tropas especializadas para realizar guerra não convencional como guerrilha atrás das linhas inimigas e incursões anfíbias tipo "hit and run" com duração máxima de 48 horas. As forças convencionais usam tropas numerosas por longos períodos.
Os Commandos foram criados por Winston Churchil que se inspirou nos Kommandos boers sul-africanos que combatiam tropas britânicas. Os Boers faziam operações de penetração profunda e sabotagem, desequilibrando o conflito em favor dos rebeldes durante muito tempo. Durante a Guerra dos Boers a campanha foi convencional no inicio, mas no final cerca de 8 mil africaners ocuparam a atenção de 450.000 britânicos, ou dez vezes mais que no inicio. As lições foram muito bem aprendidas pelos britânicos. Churchil queria uma tropa igual para não ter uma postura defensiva nesta fase da guerra.
Os britânicos não foram os primeiros a criar tropas de assalto. Durante a Primeira Guerra Mundial os italianos criaram o Reparti d'assalto" (Unidades de Assalto) ou Arditis que fariam o assalto inicial para as tropas convencionais passarem dando um certo grau de mobilidade a guerra de trincheira. Os Alemães criaram as Sturmtruppen com função semelhante.

A operação dos Commandos iniciou logo após a fuga de Dunkerque. Enquanto o exército se adaptou para defesa, os Commandos foram criados para atacar. Entre as missões estavam a captura de prisioneiros, reconhecimento, sabotagem, bloqueio de linhas de comunicações, espalhar alarmes falsos, incomodação, mobilizar tropas, guerra psicológica, coleta de inteligência, reconhecimento de praia e defesas e profundidade.
Eram especializados em assalto anfíbio servindo de ponta de lança de ataques maiores e auxiliando depois em operações regulares. Seriam usados para tomar pontos vitais, baterias costeiras e guardar flancos. As características das ações dos Commandos eram ter capacidade de operar por curto período (cerca de 24 horas), independentemente, sendo capaz de alta dispersão, mas não resiste a ataque ou supera certos tipos de defesas. Os Commandos não tem armas pesadas, a não ser fuzil anti-carro, pois não tem intenção de formar defesas ou passar por defesas pesadas.

Inicialmente foram formadas 10 companias de incursões anfíbias com 21 oficiais e 268 soldados divididos em tropas de 20 homens. Depois foram formados companias de 500 homens com 12 no total. Ainda em 1940 foram formados 5 batalhões (Commandos) de 2 companhias de 500 homens divididos em 10 tropas de 50 homens ou duas seções de 5 tropas. Estas unidades formaram uma brigada de operações especiais. A Brigada foi reformada ainda em 1940 com 5 batalhões, cada uma com duas companias de 10 tropas ou pelotões de 50 homens. Os pelotões eram divididos em duas seções de duas sub-seções. As unidades eram consideradas grandes, difíceis de controlar, e nem cabiam nos navios da época. As tropas passaram a ter 65 homens para caber em dois LCA.

Os Commandos eram diferentes da infantaria comum por não terem armas pesadas e linha administrativa de suprimento. O número de tropas total ainda era pequeno em relação ao exército britânico mas ganhou antipatia das forças convencionais pois retirou os melhores oficiais e sargentos de outras unidades.

O treinamento durava três meses e incluía demolição, combate a mão, assalto, guerra urbana, navegação, operações anfíbias, sobrevivência, montanhismo, natação, táticas de emboscada, avanço silencioso, reação a emboscada, combate noturno e bloqueio de estrada. Deviam saber operar todas as armas de infantaria e estrangeiras também. Os Commandos investiam em furtividade atacando a noite e por isso a navegação era importante. Os Commandos as vezes usavam tênis no lugar dos coturnos para evitar barulho nas missões noturnas. Deixavam o equipamento pesado para trás como mochila e mascaras de gás. Não tinham veículos mas eram treinados para dirigir todos os tipos de veículos. Tinham que ser corajosos e vontade inquestionável pois sabiam que podiam ir para o pelotão de fuzilamento se capturados.

Os Comandos realizaram pequenas incursões na costa da Franca para mostrar a reação britânica. Em três meses foram quatro desembarques ainda em 1940. A falta de embarcações adequadas atrapalhou e atrasou varias operações.

O primeiro grande raid anfíbio foi em Vaagso na costa da Noruega. Foi feito por dois Commandos com apoio de artilharia naval. Quando atingiram terra os navios passaram a dar cobertura com granadas de fumaça. Os Alemães levaram 30 mil tropas para proteger a costa norueguesa deixando outras áreas livres. Isto mostrou ser muito custo efetivo mostraram resultados desproporcionais ao tamanho. Os raids e ameaças de raids forçaram os alemães a deslocar tropas para posições defensivas fixas que poderiam estar atuando em outros lugares. O valor dos Commandos estava no efeito e não no tamanho da força devido ao efeito psicológico do inimigo não saber onde será o próximo ataque. Esta eficiência acabou inspirando o SAS, SBS e tropas pára-quedistas.

Com diminuição do interesse em raids em 1943, passaram a atuar como infantaria leve com tropas, e seção de transporte e administrativo, diluindo sua eficiência, como o seu uso na Normandia. Tinham pouca estrutura administrativa pois operava a partir do país e por curto período. Como não treinavam operações defensivas tiveram muitas perdas quando aturam como tropas convencionais.

O uso como forças convencionais levou a problemas administrativos, falta de apoio fogo e treinamento inadequado. O uso de surpresa, velocidade, escuridão e planejamento meticuloso não funciona contra forças convencionais em operações ofensivas e defensivas e sim para incursões. Em 1943 os Commandos foram reorganizados novamente para operações de larga escala convencional além de raids. Experiências na invasão do norte da África mostrou ser que eram mais bem usados em formação maiores ou vários Commandos juntos. Isto ajudou na mudança de função.

Os Commandos passaram a ter unidades especiais como a Tropa 101 de canoeiros do 6o Commamdo e outra do 8o Comando. Estas tropas formaram a base para o SBS. Apenas o Segundo Commando recebeu treino de pára-quedismo, mas se transformou no 11 SAS e depois em batalhão pára-quedista.

Uma unidade similar aos Commandos foi formada  no Oriente Médio. Porém, foi mais usada como força convencional e sem armas de apoio. Os Chindits eram uma força britânica tipo LRP (Long Range Penetration). Atuou em Burma em 1943. Faziam infiltração por ar ou terra atrás das linhas japoneses para atacar sua retaguarda e eram bem efetivas. Recebiam suprimento aéreo e apoio aéreo dos EUA. O uso da LRP acabou eliminando a linha de frente neste cenário. A selva causou a maior perdas devido as doenças do que as ações de combate.


Royal Marines
Os erros dos britânicos na campanha anfíbia de Galipoli, em 1915, mostrou que os britânicos precisavam de tropas especializadas e treinadas neste tipo de operação para não repetir erros básicos como escolha de praia e apoio logístico inadequado.
Na Segunda Guerra Mundial a Royal Navy formou mais nove Commandos para operações especiais chegando a 70 mil homens (voltou a 13 mil depois da guerra). Alguns grupos anfíbios da Segunda Guerra Mundial se tornaram o SBS.
Os Royal Marines (RM) se diferenciam de outras tropas de fuzileiros navais por serem tropas convencionais com capacidade de realizar operações de pequenas unidades como incursões e reconhecimento, com seleção rigorosa, e não apenas infantaria naval, com função e organização diferente que as caracteriza como tropas tipo comandos. Os RM não só desembarcam de helicópteros ou embarcações anfíbias, mas vão na frente ou fazem incursões. Tem papel estratégico e por isto tem capacidade para operar em vários terrenos, de assalto anfíbio em praia, até selva, montanha, deserto e ártico. Não são bons em operações contra forças blindadas, mas não operam isolados. Os membros tem treinamento em pára-quedismo, assalto aéreo e SCUBA.
Os RM tem uma seção de guerra em montanha e ártico (Mountain & Artic Warfare) cujas equipes operam em grupo de quatro para missões de reconhecimento nestas regiões. Foram criadas para operar no flanco norte da OTAN (Noruega). O curso inclui montanhismo, sobrevivência, sniper e reconhecimento com os membros passando as habilidades para outros membros não treinados.

A participação dos RM no desembarque na operação Musketeer em Port Said, em 1956, para liberar o canal de Suez, recém tomado pelos egípcios, foi marcante para as operações anfíbias. A Royal Navy usou 22 helicópteros a partir de dois porta-aviões desembarcando 415 tropas do 45 Comando e 22 toneladas de carga em quatro ondas. Usaram uma zona de pouso secundaria em um desembarque sem oposição. Este foi o primeiro assalto aeromóvel da historia e iniciou a tática de "stick" ou grupo de tropas levadas por helicóptero e seguido depois de apoio extra.

Após esta experiência os RM passaram a ter esquadrões próprios equipados com os Scout com papel de reconhecimento, ligação, evacuação médica, taxi e anti-carro. Foram substituídos pelo Gazelle e agora usam o Lynx com TOW. Outra conseqüência foi o uso de porta-helicópteros (LPH) usados para infiltração e apoio, e como base permanente de um Comando, servindo de base móvel em deslocamento estratégico.
O primeiro "Commando Carrier", o HMS Bulwark, entrou em operação em 1962 sendo capaz de levar um batalhão, com apoio de artilharia e engenharia. Foi seguido do HMS Albion. A experiência foi copiada pelo USMC. O LPH permite ficar além do horizonte e sem ser vistos da costa. No Chipre, em 1956, os RM desenvolveram técnicas de patrulha aeromóvel com helicópteros.
Em 1961 o Iraque ameaçou invadir o Kuwait. O LPH HMS Bulwark estava em treinamento no Golfo Pérsico e deslocou para o local. O Iraque não reagiu.

A Brigada de Comando 3 dos RM é formada pelo 45 Commando, 42 Commando e 40 Commando cada um equivalente a um batalhão. A brigada tem tropas de apoio como defesa aérea, embarcações e artilharia leve. Depois de experiência nas Falklands criaram uma unidade de embarcações e desenvolveram táticas adaptadas da Segunda Guerra Mundial como a "black pig" com uma embarcação puxando botes infláveis rebocados até o objetivo, e a "brown sow" escondendo uma embarcação de desembarque no litoral para lançar raides e patrulhas. Botes infláveis semi-rígidos RHIB foram usados nas Malvinas como taxi e infiltração. Participaram de um ataque divisionário em do SAS e SBS em Wireless Ridge para apoiar o Segundo Batalhão de Pára-quedistas que resultou em uma batalha violenta.

Os RM  também tem destacamento em navios e fazem proteção de navios mercantes. No Golfo, os RM defendiam navios auxiliares com metralhadores e mísseis Javelin para defesa aérea. Outras missões são abordagem de navios, proteger portos, bases navais e plataformas de petróleo.


SBS

Os membros do RM podem ir para o SBS (Special Boat Service) com outra seleção. Se selecionados entram em outra tropa de elite recebendo treinamento em pára-quedismo, mergulho, canoísmo, reconhecimento de praia, sabotagem, demolição, inteligência e contra-terrorismo.

O SBS apareceu na Segunda Guerra Mundial de unidades de incursões, reconhecimento e ataque a navios com técnicas de infiltração na costa francesa e alemã com canoas.

Durante a Guerra Fria as Seções 2 e 3 do SBS iriam operar no Rio Reno na Alemanha para destruir pontes e outros alvos ao longo do rio se as forças Aliadas fossem forçadas a se retirar com o objetivo de retardar o avanço Soviético. Outras missões seriam infiltrar e exfiltrar agentes secretos das costas dos paises do bloco comunista; coleta de inteligência sobre a capacidade naval soviética; simular tropas Spetznaz (junto com o SAS) em ataques contra as instalações da OTAN; reconhecimento clandestino da linha costeira, praias e portos, de potencias locais de ações da OTAN contra forças do Pacto de Varsóvia, principalmente desembarques anfíbios.

Inicialmente o SBS era responsável pelas missões na costa e mar enquanto SAS ficaria responsável pelas missões em profundidade. Um seria reserva do outro. Atualmente já não existe mais esta distinção principalmente no combate ao terrorismo.
O SBS agora faz parte do Grupo de Forças Especiais do Reino Unido (UKSF) desde 1987 e passou a três esquadrões e não seções com 250 operadores no total. O Esquadrão C é especialista em infiltrações secretas usando canoas. O Esquadrão M é especialista em contra-terrorismo marítimo e embarcações de assaltos (como barcos infláveis e rígido-infláveis). Consiste nas tropas Preta, Ouro e Roxa. A tropas Preta é especializada em operações contra-terroristas usando helicópteros. O Esquadrão S foca no uso de mini-submarinos e em veículos de transporte de mergulhadores. Cada tropa operacional tem cerca de dezesseis homens que podem se dividir em oito pares por canoa, quatro patrulhas de quatro homens ou duas equipes em barcos pequenos.
SBS
Tropas de Elite e Operações Especiais Tesbs
Operador do SBS nas Malvinas. Está caracterizado com uma unidade de elite por não usar itens padronizados como gorro preto, fuzil M-16 camuflado, cobertura do coturno e  carregar de munição no peito (que dificulta deitar e arrastar). Os membros do SBS foram na frente da Força Tarefa britânicas em submarinos para selecionar locais desembarque, checar minas e obstáculos nas praias. Atacaram tropas argentinas em Fanning Head, na entrada de San Carlos, onde usaram uma câmera térmica pela primeira vez na história. Atuaram depois como patrulhas de longo alcance e realizaram missões de despistamento junto com o SAS. O SBS e SAS ajudaram a recapturar a ilha de Geórgia do Sul. Serviram como tropa de abordagem ao tomar um vigilância argentino.


Rangers
Os Rangers americanos iniciaram como cópias dos Commandos britânicos da Segunda Guerra Mundial. Quando os britânicos usaram os Commandos para incursões anfíbias e atrás das linhas os americanos acompanharam para tentar criar suas própria unidades de choque e assalto. O nome seria Ranger por ser um nome mais americano enquanto os Commandos era um termo mais britânico. O primeiro batalhão de Ranger tinha seis companhias de 62 tropas. O tamanho era ditado pelo tamanho das embarcações anfíbias e eram bem menores que uma compania comum.

Os Rangers tem uma história de formar unidades provisórias, sem continuidade de treinamento, doutrina e experiência e sempre mal usadas. Na Segunda Guerra Mundial foram formados seis batalhões de Rangers na Europa, um no Pacifico e um na Ásia (Marauders). Foram todos desmantelados no fim da guerra. Eram tidas como provisórias para missões especiais. Foi estudado uma proposta de uma companhia de reconhecimento Ranger em 1946 e um grupo Ranger em 1948 mas não saíram do papel. Voltaram a atuar na Guerra da Coréia e depois como LRP no Vietnã. Depois do Vietnã que se tornaram unidades permanentes. Os primeiros Rangers foram até dizimados na Itália, operando atrás das linhas, ficando sem munição. Cercados não podiam receber suprimentos e reforços, ou fugir.

Durante a invasão da Coréia do Sul, os norte coreanos usaram regimentos não de forma convencional, mas para  infiltrar nas linhas coreanas e tomar objetivos na retaguarda. Os EUA logo perceberam a importância de fazer o mesmo. O terreno montanhoso era ideal para estas infiltrações de pequenas unidades.

Assim formaram as companias Marauders, uma para cada divisão, para atacar postos de comando, centros de comando e suporte inimigo. Foi recomendado o nome de Airborne Ranger Company. Os membros tinham que ser pára-quedistas e recebiam treinamento de sabotagem, incursões, marcha forçada, demolição, armas, navegação e direção de artilharia. Foram formadas quatro companhias inicialmente e depois mais quatro até janeiro de 1951.

Os Rangers executaram incursões, emboscadas, reconhecimento, lideraram assaltos e eram a reserva de contra-ataque. Foram geralmente mal usadas e com grandes perdas sendo desativadas no fim de 1951. Logo ficou mostrado que o ideal era usar tropas asiáticas atrás das linhas e a guerra também passou a ser estática. A próxima vez que foram formadas tropas do tipo Rangers foram patrulhas de longo alcance (LRP) na Europa e Vietnã.

Como resultado do conflito de 1973 entre Israel e árabes, US Army concluiu que precisava de uma força de infantaria leve para operações especiais. Assim foi ativado o 75 Regimento Ranger 1974 para cumprir missões de curta duração, tipo ação direta como incursões contra alvos de grande valor como aeroportos, interdição das linhas de suprimento, ataque a centros de comando, comunicações e logísticos. Também fariam patrulhas de reconhecimento de longo alcance (LRP) e segurança de retaguarda, mas as ultimas não incluídas. Suas missões focam em ação direta. Desde da criação da Força Delta (SFOD-D Special Force Operational Destacament - Delta) na década de 1980, os Rangers fazem apoio dando segurança e poder de fogo adicional que são sempre poucos.

O treinamento físico dos Rangers tem um padrão bem alto assim como o treinamento militar. Os Rangers são preparados para operar em terreno urbano, deserto, selva, ártico, montanha e guerra anfíbia. Realizam patrulhas de longo alcance, incursões e emboscadas apoiando forças convencionais, além de guerrilha de larga escala. O treinamento inclui movimento para contato, defesa rápida, infiltração e exfiltração por terra, mar e ar e regate de pessoal e equipamento. As habilidades avançadas são liderança, demolição, sniper, precursor, mergulhador de combate, contra-terrorismo e pára-quedismo especial (HALO e HAHO).

Os batalhões Ranger são uma unidade de infantaria leve com poucos veículos e armas coletivas, mas duram pouco no campo. Cada batalhão tem 12 veículos leves RSOV (Land Rover armado) para tomar aeroporto e 10 motos de 250cc. Sem blindados usam muito apoio de fogo externo. Os Ranger atuais fazem guerra convencional e operações especiais com a prioridade mudando para a última. Enquanto os Rangers treinam para realizar missões de reconhecimento com tempo de resposta de menos de 24 horas, e realizam incursões rápidas, mas com menos de 100 com preparação até de meses, as FE são usadas mais para investimento a longo prazo, quando é antecipado a presença prolongado na área de operação. As FE tem cadeia logística e administrativa, enquanto os Rangers não, dependendo de outras unidades para operar por muito tempo.

A primeira operação que seria realizada pelos Rangers modernos seria a tomada do aeroporto de Manzariyeh no Irã em 1980 durante a operação "Eagle Claw" para levar o resto das tropas que viriam de Teerã com reféns. A extração seria com cargueiros C-141. A operação foi cancelada. Os Rangers atuaram na invasão de Granada em 1983. Com o sucesso o regimento 75 passou a ter mais um batalhão chegando a três. Um batalhão está sempre de prontidão e responde em 18 horas para qualquer lugar do mundo. A próxima operação foi na invasão do Panamá com vários saltos. Na guerra do Golfo em 1991 os Rangers foram usados como força de reação rápida. Nas operações na Somália os Rangers operaram junto com os Deltas. Em 2001, nas operações no Afeganistão, os Rangers participaram de dois saltos operacionais em aeroportos além de várias incursões onde poderia ter tropas do Talibã e Al-Qaeda.

Ranger BCT
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Os Rangers tem equipes especializadas como este membro do Building Clearing Team (BCT) especializado em "limpar" prédios. Seriam usados na tomada de uma base no Irã durante a missão Eagle Claw para resgate de reféns na embaixada americana em Teerã.

Ranger
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Jipe M151A2 dos Rangers de uma equipe de segurança e bloqueio de estrada. O M151 pode ser levado de C-141, C-130, HH-53 e CH-47. Pode ser armado com metralhadoras M-60 e levar canhão sem recuo M-67 de 90mm, LAWs e minas Claymore. Os Ranger são tropas de infantaria de alta prontidão capazes de se mover por terra, mar e ar.

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