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DUPLO ENVOLVIMENTO

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Mensagem por Admin Ter Set 09, 2014 4:35 pm

ATAQUE DE SEÇÃO DE FUZILEIROS - O DUPLO ENVOLVIMENTO.

Major B. P. Beardsly - Exército canadense.

PANO DE FUNDO.

No outono de 1994, eu tive ocasião de cursar o Seminário de Táticas do Centro de Treinamento de Combate realizado na Base das Forças Canadenses de Gagetown (CFB Gagetown). O foco do seminário era a guerra de manobras. Como esta era a minha primeira exposição ao estudo deste assunto, escutei atentamente enquanto os princípios, fundamentos e natureza desta doutrina eram apresentados. No começo das apresentações, dei-me conta de que já tinha presenciado a aplicação desta teoria numa manhã em abril de 1994, em Kigali, Ruanda, durante aquela trágica guerra civil. O ataque de uma seção de fuzileiros rebelde (GC nos exércitos da Comunidade Britânica) contra uma seção FGR (Forças Governamentais Ruandesas) utilizou técnicas e táticas que eu achei diferentes e estranhas. Agora, com o benefício de leituras e estudo, eu concluí que os rebeldes foram bem sucedidos empregando guerra de manobras. Enquanto o Exército canadense embarca numa revisão de sua doutrina de guerra rumo à guerra de manobras, este artigo é apresentado para meus irmãos infantes como exemplo de como esta nova doutrina pode impactar a tática, mesmo num escalão tão básico quanto o do ataque de seção de fuzileiros.

O duplo envolvimento.

A chave das táticas do EPR (Exército Patriótico Ruandês) era o duplo envolvimento; uma tática que abarca os fundamentos da guerra de manobras. O duplo envolvimento raramente é utilizado na guerra, mas quando bem executado, a força inimiga é, no fim, aniquilada. A utilização da manobra, velocidade, surpresa e a aplicação e concentração do poder de fogo permitem a uma força:

- Cercar um oponente;

- Atacar simultaneamente de todos os lados;

- Cortar quaisquer rotas de fuga;

- Impedir reforços e

- Desmoralizar o inimigo.

A história oferece vários exemplos de duplos envolvimentos bem sucedidos como o dos cartagineses sobre os romanos em Cannae, os zulus sobre os britânicos em Isandlawana e os russos sobre os alemães em Stalingrado. Uma característica-chave destas batalhas foi que, na maioria dos casos, o vitorioso atacou com força ou equipamento igual e algumas vezes inferior e, no fim, destruiu asforças defensoras inimigas. O duplo envolvimento, apropriadamente executado, pode ter sucesso sem o benefício da tradicional superioriade 3 para 1, considerada essencial para o mais convencional ataque de atrito ao qual nós aderimos em nossa doutrina no passado recente.

Objetivo.

O objetivo deste artigo é descrever o ataque de duplo envolvimento da seção de fuzileiros que eu presenciei, incluindo como ele, mais tarde, foi-me explicado por oficiais do EPR. Além disso, eu espero que as lições aprendidas apóiem o estudo e discussão na infantaria canadense enquanto mudamos nossoa doutrina de guerra para a guerra de manobras.


RUANDA - 1994.

Em 6 de abril de 1994, o presidente de Ruanda foi morto sob circunstâncias misteriosas e dentro de 48 horas a guerra civil (que a Missão de Assistência Para Ruanda das Nações Unidas, UNAMIR, tinha sido desdobrada para impedir) foi reiniciada com horrível ferocidade. Em 9 de abril, da janela de meu escritório no Quartel-General das Forças UNAMIR, em Kigali, eu observei uma seção EPR conduzir com sucesso uma ataque contra uma seção FGR. Mais tarde, no mesmo dia, nossos oficiais de ligação do EPR retornaram ao QG, e entusiasmados com seus sucessos iniciais em Kigali e alhures em Ruanda, eu pude engajá-los em discussões táticas onde eles, livremente, descreveram suas táticas e mais especificamente sua ênfase na utilização do duplo envolvimento em operações ofensivas indo da seção de fuzileiros até o nível de brigada.

O Novo EPR.

O major Kagame retirou suas combalidas forças de Ruanda para campos de treinamento em Uganda e reforçou o moral e a eficiência de seus homens com:

- Disciplina;

- Intensa doutrinação política;

- Duro adestramento militar;

- O desenvolvimento de comprovadas liderança e táticas durante as operações de guerrilha em Ruanda.

Começando em 1990, o major Kagame organizou o EPR de baixo para cima, começando com o escalão seção. Seções de 8-12 homens foram adestradas e disciplinadas juntas sob líderes testados em batalha em unidades coesas.

Líderes no EPR para manter ou subir de posto tinham de exceder em três áreas, Os Três Fatores de Avaliação:

(1) Eles tinham de ter sucesso em cumprir suas missões designadas (fracasso era indesculpável e não tolerado) sob mínima ou nenhuma supervisão (controle direto).

(2) Eles tinham de utilizar recursos mínimos para cumprir suas missões designadas (isto é, homens, armas e munições). Esta exigência levou ao interessante ato de líderes subordinados que recusavam ou devolviam armas de apoio anexadas, pessoal adicional, e por aí vai, de forma a economizar os poucos preciosos recursos de seu exército guerrilheiro para o bem maior.

(3) Eles tinham de mostrar poucas baixas. O EPR era recrutado, em grande parte, no exílio e portanto era um exército pequeno. Além do mais, os tutsis em Ruanda compreendiam apenas 15 % da população e mesmo com recrutas deste possível fundo de potencial humano, o tamanho do EPR não poderia sustentar uma guerra de atrito. Em comparação, as FGR podiam recrutar dos outros 85 % da população para aumentar as forças governamentais, em grande parte hutus.

Estes três fatores de avalição eram críticos na determinação se um líder mantinha seu posto. Líderes que não podiam satisfazer um ou todos estes critérios tinham sorte se fossem rebaixados para um escalão de comando que pudessem lidar, ou serem transferidos para as armas de apoio e serviço, tais como comunicações, unidades de apoio de fogo direto ou indireto, logística, unidades de estado-maior e por aí vai. Se não tivessem sorte, especialmente se um fator de avaliação fosse seriamente violado, eram sancionados por seus fracassos com punições, até mesmo com a morte.

Em acréscimo, não havia nenhum comissionamento direto de oficiais no EPR. Líderes começavam como "combatentes", e avançavam para o nível de seção, pelotão, companhia e mais altos, através da virtude de seu desempenho em batalha, baseados nos três fatores de avaliação. Oficiais do EPR primeiro serviam como soldados e então cumpriam aprendizado como adjuntos sob um líder comprovado. Por exemplo, o comandante de seção adestrava seu adjunto nas habilidades táticas e de liderança necessárias para eventualmente comandar a seção. Em batalha, o adjunto comprovaria sua habilidade antes de assumir o comando de uma seção. O comandante de seção (um líder comprovado) por sua vez avançaria para tornar-se adjunto de pelotão sob a tutela do comandante de pelotão. Com efeito, isto era "treinamento no emprego" (OJT, On the Job Training). Se um líder fosse promovido, morto ou demitido, sempre havia um substituto. O processo OJT era repetido por toda a cadeia de comando, e assegurava que os líderes fossem competentes, bem sucedidos e testados na batalha.

Comandantes bem sucedidos permaneciam na infantaria. Comandantes que tivessem apresentado sintomas do "Princípio de Peter" ("todos são promovidos até o nível máximo de sua incompetência") eram transferidos para as armas de apoio, os serviços ou o estado-maior. Parecia que não havia nenhuma vergonha em ser demitido e enviado para uma organização fora da infantaria. Era bem comum no EPR encontrar dois oficiais, tais como um comandante de batalhão de 28 anos e o outro um tenente de comunicações de 28 anos, que haviam ingressado e servido juntos até que o oficial de comunicações apresentasse sintomas do "Princípio de Peter" no escalão de comandante de pelotão e fosse, por conseqüencia, transferido para uma unidade de comunicações. Parece nunca ter havido animosidade entre os oficiais. Como grupo e como indivíduos, eles subordinavam suas próprias carreiras e desejos de promoção à "causa", e honestamente acreditavam que o sistema deles era justo. Eles acreditavam que ainda estavam contribuindo para o sucesso final em sua guerra.

A Segunda Ofensiva.

O desenvolvimento do EPR pelo major Kagame começou em 1990. Primeiro, ele lançou seções por toda a fronteira de Ruanda para efetuar incursões, reconhecimentos e emboscadas contra as forças militares governamentais. Quando as operações ao nível de seção eram dominadas e os líderes testados, as operações, subseqüentemente, eram incrementadas para pelotão, então companhia, então batalhão e, por fim, para o nível de grupamentos móveis (brigadas). Pela época em que o EPR estava conduzindo operações de batalhão e grupamento móvel, eles não mais retornavam para Uganda para descanso e recompletamento. Ao invés, eles permaneciam no que chamavam de "áreas liberadas" de Ruanda. O exército, durante este processso de adestramento e expansão tinha crescido de uma turba de quatro mil homens para uma força endurecida pela batalha de vinte mil homens, organizada em três grupamentos móveis e sete batalhões de infantaria (com apoio de outras unidades de serviço e de apoio ao combate). Sua crescente força, competência e eficácia foram comprovadas em sua altamente bem sucedida ofensiva de fevereiro de 1993, que resultou num cessar-fogo e num acordo de paz após eles destroçarem as FGR. Estas utilizaram o cessar-fogo para rejuvenescer suas forças e então decidiram combater novamente em 6 de abril de 1994. O EPR facilmente derrotou as forças governamentais e tomou o país inteiro por volta de julho de 1994.

Táticas do EPR.

É interessante perceber que o EPR empregou basicamente as mesmas táticas ao nível de seção que empregou ao nível de brigada. Como salientado anteriormente, o EPR não podia sustentar uma guerra de atrito, especialmente contra as maiores, melhor equipadas forças governamentais que também tinham a vantagem da superioridade aérea. O EPR baseava-se na guerra de manobras como multiplicador de forças. A utilização da guerra de manobras com sua inerente mobilidade superior, foco no inimigo, rápidos adestramentos táticos e concentração contra uma fraqueza do oponente, no final levaram à derrota das Forças Governamentais Ruandesas.

O EPR constantemente treinou e conduziu movimentos de longa distância à pé, transportando cargas pesadas, por sobre os mais íngremes terrenos de floresta e montanha, de dia e de noite, em todos as condições climáticas, especialmente durante as temporadas chuvosas.

O EPR também concentrava a precisa e correta aplicação de seu limitado poder de fogo para golpear o inimigo em suas mais vulneráveis localizações (normalmente, os flancos e a retaguarda). Em cada escalão (de seção até brigada), o método de ataque favorito do EPR era fixar o inimigo numa posição por meio da utização de uma base de fogo. Somente depois que o inimigo estivesse fixado e suprimido, um duplo ennvolvimento por elementos de assalto em volta de ambos os flancos seria conduzido. Os elementos de assalto evitariam lutar através do objetivo, mas ocupariam posições de tiro mutuamente apoiadas, sobre o flancos e a retaguarda do inimigo. Estas posições de tiro e a ameaça psicológica de ser flanqueado e cercado (deslocado), levava o inimigo a tentar escapar de sua segura e preparada posição defensiva, expondo-se ao fogo concentrado do atacante. Se o inimigo permanecesse no local, a posição não era assaltada prematuramente, mas era sujeitada ao fogo concentrado e bem visado de todos os lados, excepto a retaguarda, resultando na atrição e estrangulamento da posição das FGR. Sempre se fazia parecer que a retaguarda não estava cercada, para que o inimigo, desmoralizado e depauperado, fosse atraído para uma retirada ou fuga através de sua rota de escape. Se o inimigo fugia, acabava descobrindo que sua rota de escape era uma zona de abate onde ele seria emboscado. Apenas quando o inimigo fugia, sendo abatido, e pouco perigo existia na aproximação das posições das FGR, o objetivo seria assaltado e limpo. A força EPR consolidaria antes de retomar a ofensiva. É interessante notar que o EPR considerava ser o ideal, uma proporção de 1 para 1 nesta forma de ataque (seção contra seção, e por aí vai).

Notavelmente, o EPR não estava fixado em capturar terreno, nem em assaltar, precipitadamente, e lutar através de um objetivo. Seus adestramentos de batalha eram conduzidos com incrível velocidade para fixar e envolver o inimigo, mas se deter antes de atacar, impulsivamente através de uma posição onde eles acreditavam que podia ocorrer muitas baixas amigas. O EPR acreditava firmemente na velocidade de manobra e desdobramento de modo a entrar no ciclo de tomada de decisões do inimigo e tornar qualquer reação das FGR irrelevante e atrasada. Pelo momento em que as FGR normalmente reagiam à ameaça na sua frente, elas, invariavelmente já estavam flanqueadas e isolados. Além disso, o EPR reconhecia, muito corretamente, que uma posição inimiga, isolada, suprimida e desmoralizada, sobre um certo pedaço de terreno, nada mais era do que um alvo a ser alvejado e não um objetivo a ser, fisicamente, tomado. O foco estava em destruir a capacidade do inimigo de causar danos ao EPR e não na captura de terreno que as FGR estivessem defendendo. O EPR também acreditava que se as forças defensoras fossem derrotadas imediatamente, ou numa hora, ou num dia mais tarde, não era importante. Entretanto, era importante deixar o inimigo impotente por meio do isolamento e supressão. O EPR era excelente na utilização do tempo e poder de fogo para desmoralizar e atritar as FGR. Com freqüencia, as FGR iriam fazer a vontade do EPR e tentar fugir/irromper, tornando muito mais fácil para o atacante destruir o inimigo em emboscadas bem preparadas.

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Mensagem por Admin Ter Set 09, 2014 4:41 pm

9 DE ABRIL DE 1994 - O ATAQUE DA SEÇÃO EPR.

Dado o pano de fundo acima, a seguinte descrição é de um ataque de seção que eu presenciei em 9 de abril. Como estava impossibilitado de observar ou compreender tudo que havia ocorrido, subseqüentes conversas com o oficial de ligação do EPR (OLig EPR) no Quarte-General da Força UNAMIR, preencheram os detalhes ausentes. O ataque será descrito em seqüencia de acordo com os Adestramentos de Batalha de Seção de Fuzileiros do Exército canadense, para propósitos de clareza.

Preparação para a batalha - A seção EPR era organizada com uma força máxima de 12 homens. Os soldados lutavam em ordem de combate que incluía rações, água e munição. Não havia nenhum rádio de seção ou outros equipamentos. Os líderes de seção do EPR eram, com freqüencia, vistos inspecionanhdo seus soldados e (pelas minhas observações) estes e seu equipamento de combate estavam sempre bem cuidados. As fardas eram camufladas. Excelentes adestramentos, enfatizando a velocidade para o avanço e ataque, eram bem conhecidos e utilizados.

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Aproximação e Assalto. A seção EPR dividiu-se numa base de fogo e dois grupos de quatro homens armados com fuzis de assalto (variantes do AK). Apesar de intensa observação não pude identificar, em momento algum, o líder ou o seu adjunto. Eles estavam fardados e atuavam identicamente aos outros soldados. Em discussões posteriores com o OLig EPR, ele salientou que eles não tem nenhuma regra fixa sobre a localização dos líderes, mas um normalmente lideraria o grupo de assalto do flanco esquerdo e o outro o grupo de assalto do flanco direito. A base de fogo controlava a si própria, já que era guarnecida pelos soldados mais antigos e comprovados da seção. O grupo de assalto do flanco esquerdo cruzou a estrada na figura e rastejou até um fosso diretamente paralelo ao autor. Neste ponto, o grupo de assalto do flanco direito podia ser visto movendo-se para a direita, mas eu os perdi de vista. Depois deste ponto, eles apenas podiam ser ouvidos gritando ou atirando de tempos em tempos do flanco direito.

O grupo do flanco esquerdo dividiu-se em duas turmas quando chegaram a um ponto onde eficaz fogo de flanco podia ser desfechado. Uma turma permaneceu nesta localização no flanco esquerdo e abriu fogo visado sobre o objetivo enquanto a segunda turma moveu-se mais acima seguindo o fosso e voltaram a atravessar a estrada rumo à retaguarda do inimigo. Esta segunda turma não atirou e desapareceu entre as edificações. A mesma ação estava tendo lugar no flanco direito.

Durante todo este período, fogo de cobertura, na forma de rajadas curtas visadas e um rojão foram disparados da base de fogo. Parecia-me que o EPR estava correndo o risco de atirar sobre seus próprios homens de cada flanco. Este ponto levou a uma exaustiva discussão com o OLig EPR segundo o qual somente tiros únicos visados eram disparados das turmas de flanqueio e que o risco de ser atingido por fogo amigo era remoto numa posição de tiro coberta. Ele também salientou que a vantagem de desmoralizar o inimigo atirando nele da frente e de ambos os flancos de longe compensava o risco de fogo cruzado amigo. O objetivo deles era fazer os defensores saírem em pânico de sua posição preparada, onde o defensor tinha a vantagem, e provocá-lo a se expor ao retirar-se para a retaguarda ou tentar uma ruptura. Uma tal ação pelo defensor passaria a vantagem para o atacante, que, de uma posição de tiro escolhida podia facilmente lidar com um inimigo desmoralizado, confuso e exposto. O assalto do EPR era, portanto, um assalto pelo fogo e manobra, não um assalto direto ou o que nós, canadenses, chamamos de lutar através do objetivo.

O EPR contemplava lutar através do objetivo como engajar o defensor inimigo no terreno que este escolheu e pressupunha que isto resultaria em desnecessárias baixas amigas. Na opinião deles, era muito melhor manipular, obrigar ou atrair o inimigo para se movimentar na direção de uma área onde o EPR mantinha a vantagem. O OLig EPR insistia que o inimigo precisa ser deixado com o que parece ser uma rota de escape mas que precisa ser uma zona de abate coberta. Em discussão com o OLig EPR ele usou o paralelo de um rato encurralado que atacará ferozmente se não tiver nenhuma rota de escape percebida. O EPR deixava uma rota de escape mas assegurava que ela estava coberta pelo fogo.

Consolidação. Após trinta minutos de fogo, muita gritaria e trocas de sacanagens verbais nas suas línguas nativas, um soldado FGR sobrevivente correu da casa, descendo uma viela, para a retaguarda da casa que parecia ser uma rota de escape, mas estava coberta pelas turmas de fuzileiros do EPR nos flancos esquerdo e direito (posições C e E). Estes fuzileiros atiraram e mataram o soldado fujão.

O ataque não estava terminado até que a turma do flanco esquerdo (posição B) utilizasse fogo e movimento para avançar para a casa. A base de fogo cessou de atirar e começou a avançar. A turma do flanco esquerdo arremessou uma granada de mão, entrou e abriu fogo dentro do edifício, matando quaisquer sobreviventes. A seção rapidamente consolidou ao redor da casa, posicionou segurança com suas armas de apoio e passou a saquear os soldados FGR em busca de suas armas e bens pessoais. Para o vencedor, os espólios da guerra. Em pouco tempo, a seção continuou seu avanço.

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CONCLUSÃO.

Neste ataque, uma seção de fuzileiros do EPR atacou com sucesso e destruiu uma seção das FGR sem sofrer uma única baixa. A seção EPR eficazmente utilizou manobra e assalto pelo fogo e para efetuar um duplo envolvimento de seu inimigo. A força inimiga foi isolada, atritada, deslocada e finalmente aniquilada.

Enquanto o Exército canadense começa a adotar a guerra de manobras como nossa doutrina de guerra, eu acredito que há algumas lições valiosas para serem aprendidas estudando-se o EPR e suas táticas ao nível de seção e outros. Nós devemos considerar as vantagens para o atacante, e o impacto do duplo envolvimento sobre um inimigo, e o uso da manobra e do assalto pelo fogo em contraponto ao nosso mais estereotipado flanqueamento pela esquerda ou pela direita e nossa obsessão em lutar fisicamente através do objetivo com seus resultados atricionais. Embora o duplo envolvimento seja uma parte de nossa doutrina ele é utilizado raramente (se alguma vez) em treinamentos e exercícios. Nós não seremos capazes de empregá-lo eficazemte na guerra se não o praticarmos ou compreendermos como fazê-lo em treinamentos na paz. A intenção deste artigo é provocar réplicas, discussão e discurso profissional e evitar o que eu temo estar tendo lugar com nossa doutrina; nomeadamente uma mera mudança em terminologia. Eu acredito que a guerra de manobras tem implicações para todos os níveis da guerra e em todos os escalões de comando. Esperançosamente, este documento provocará um olhar crítico sobre nossas táticas tradicionais e ajudará no desenvolvimento de nossa nova doutrina de guerra.

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